Uma das coisas que me mais me fascinam na história da humanidade, é a ciência do sigilo, ou a linguagem dos códigos.
Falar por códigos faz parte da história desde as primeiras civilizações, do Antigo Egito até os nossos dias, e neste exato momento, com o advento da computação quântica, estamos chegando a um novo limiar da criptografia. Criar e quebrar códigos fazem parte de nossa essência e sobrevivência em um mundo onde informação e dados são extremamente valiosos; pense então nas sua inúmeras senhas baseados em códigos numéricos ou alfanuméricos e que hoje, para se manterem seguras e robustas incluem também símbolos... Particularmente as senhas bancárias são as mais sensíveis e logicamente, por conter o acesso aos nossos ganhos e valores, as que mais envolvem processos complexos de criptografia e os hackers e espertinhos falsários lutam para quebrar estes códigos ou pelo menos conseguir roubá-las através das mais sórdidas artimanhas...
Todo o cuidado hoje é pouco em mundo cada mais digital e conectado, e isso implica em se tomar todas as precauções para se guardar estas senhas dos olhos alheios; diante de um número cada vez maior de apps e sites onde a senha é exigida, confiar na memória é complicado, por isso anotamos e guardamos estes segredos das mais variadas formas. Guardar um segredo neste sentido, é uma arte e criar códigos é um processo que exige o máximo de nosso intelecto para salvaguardar informações cruciais; quebrar estes mesmos códigos exige igual capacidade. É esta batalha que homem trava desde os primórdios até hoje, e isto acreditem, é fascinante. O homem quebra códigos há muito tempo, em virtude da necessidade de ler e entender escritas antigas ( devemos a gênios como o francês Champollion o entendimento dos hieróglifos, e ao inglês Michael Ventris o desvendar da Linear B, uma escrita da civilização minóica, da ilha de Creta, que vem da Idade do Bronze ).
Para que estas maravilhosas descobertas fossem possíveis, houve é claro, muito esforço anterior de outras pessoas, cientistas, pesquisadores entre outros, mas o que moveu em especial o francês e o inglês, foram o amor pelas escritas antigas e a obsessão em desvendá-las. Este tipo de obsessão é uma virtude de poucos indivíduos, difere da obstinação mais comum e peculiar a muitas pessoas, ela vai além, muito além e te detém e faz refém aquele que se envolve de corpo e alma, uma espécie de missão quase impossível,que possibilitou e que ainda possibilita os avanços do homem na ciência. Falo em especial da ciência porque é ela que nos dá as respostas a questionamentos necessários a nossa evolução, e nos norteia no sentido mais nobre das nossas ações. Assim como os esforços de cientistas, como outro inglês, o matemático Alan Turing, ao desvendar e quebrar os códigos da máquina alemã Enigma, e assim ajudar e muito os aliados a vencer os nazistas na Segunda Grande Guerra, os cientistas de hoje tentam ainda solucionar os vários enigmas e mistérios que ainda permanecem em segredo.
Aliás você sabe guardar segredos ? O ser humano em geral tem bastante dificuldade com isso, e em contrapartida, manter um segredo bem guardado é o que nos torna um objeto de extrema confiança; confiança esta que anda nos faltando há tempos, não só como pessoas de bem ( existe o mal para nos corromper também ) mas como cidadãos em um país em transformação e que vive um momento de extremos político e social, aonde esta mesma confiança já virou desconfiança, e que sem dúvida nos atrasa e muito nosso desenvolvimento como nação, já que nações mais adiantadas e modernas, têm a confiança uns nos outros como base, em todos os âmbitos, como prerrogativa essencial para a evolução da sociedade como um todo.
Estamos longe disso parece óbvio, e assim vivemos as nossas vidas de forma mais ou menos hipócrita, mesquinha e individualista, como se não dependêssemos uns dos outros para viver em sociedade. Ainda tenho um fio de esperança, já que esta Pandemia têm nos mostrado e talvez, ensinado bastante, apesar de nossas memórias curtas. Estamos ávidos para voltarmos ao " normal " mas afinal: que " normal " é este que queremos para nós mesmos e os outros ?
Por Ademir Silva
Uma vez li em um livro que não queira achar respostas para perguntas que não tenham respostas. Apenas viva a vida de sua melhor maneira.
ResponderExcluirEu gosto de investigar. Mas não sei se tenho saco para decifrar códigos. Um dia alguém tentou decifrar os símbolos dos egípcios. Alguém deve ter inventado um significado e os outros acreditaram. Aí nasceu o especialista! Kkkk
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