O “empoderamento” feminino não vem de muito tempo. Até deveria ser mais antigo, mas as mulheres, e eu não culpo e nem julgo, até muito pouco tempo, ainda no século XIX, era olhada e tratada como um ser inferior aos homens. Elas não tinham os mesmos direitos que eles. Ler, estudar, guerrear, e escolher qualquer coisa eram privilégios masculinos
A sociedade, em geral, foi forjada no modelo patriarcal, onde as mulheres estavam restritas aos afazeres domésticos e educação dos filhos.
Meninas cresciam sob os olhos rígidos dos homens da família e educadas para ajudar as mães nos trabalhos domésticos, casar, ter filhos, se submeter e repetir os ciclos com as netas, etc. A grande maioria não sabia nada sob política ou economia. Algumas mulheres ainda conseguiram se impor ao longo da história, mas muitas, infelizmente, vestidas de homem.
Depois da revolução francesa, onde as mulheres tiveram um importante papel, e cuja a declaração do Homem e do Cidadão, foi criticada com a declaração da Mulher e da Cidadã. Por esse escrito, Olympe de Gouges foi executada por combater a Declaração da Revolução, pois era aplicada aos homens. Ela alertava para a autoridade masculina, a importância das mulheres e da igualdade de direitos. A sua morte, considerada um marco do feminismo no mundo, originou vários movimentos feministas posteriores.
A partir da Revolução Industrial no século XIX, tudo mudou. As mulheres começaram a trabalhar nas fábricas, fazendo parte da força econômica do país. Devagar, os movimentos feministas foram conquistando diversos direitos reivindicados pelas mulheres (direito à educação, voto, contrato, propriedade, divórcio, igualdade de salários, aborto, etc.).
Eu ainda peguei as disciplinas de Economia doméstica e práticas do lar na escola pública. Os rapazes não participavam dessas disciplinas e iam para a aula de práticas rurais e sei lá mais o que.
Um estudo mostra que a cada 10 brasileiras, 4 se consideram feministas e 6 rejeitam esse rótulo. O feminismo no Brasil, aliás, é mais bem avaliado por homens do que por mulheres. Por outro lado, a maioria das brasileiras defende pautas consideradas feministas: 70% acham insuficiente o espaço ocupado por mulheres na política, 85% veem aumento da violência contra mulheres e 60% avaliam que as leis não são adequadas para protegê-las.
Eu me considero feminista. Eu lutei por muitas coisas, principalmente por espaço no meio da assessoria de imprensa e acadêmico.
Eu lutei tendo dois filhos para criar sem os pais por perto. ganhando pouco e sabendo muito sobre o que é viver como mulher neste país (não se compara com a síria).
Eu escolhi ter filhos. Hoje as mulheres podem escolher ter ou não família. Mas a maior parte nem enxerga isso.
Contudo, vejo uma geração de mulheres que nunca seriam capazes de trabalhar na maior parte dos postos ocupados por homens. Só se for na diretoria.
Vejo mulheres que ficariam lindas e louras sentadas no sofá enquanto os homens estariam na guerra.
As unhas e os cabelos estariam impecáveis, enquanto o seu filho morria de fome e doença num campo de batalha, porque a maior parte das mulheres não aceitam nem lavar a louça dos outros, imaginem lutar por um país?
Vejo mulheres que não sabem o funcionamento do motor do carro, não sabem trocar pneus, mas arrotam feminismo acusando o cara que arruma o pneu dela de machista. Muitas sabem que a outra sofrem abusos e maus tratos, mas não denunciam.
Eu acho que o feminismo não é e nunca vai ser peitos e bundas de fora, nem suvaco peludo ou mulher sem feminilidade. Ele só vai funcionar, de verdade, no dia em que a hipocrisia acabar.
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