Existe uma frase de Leon de
Tolstoi que citava “É cantando a sua aldeia, que você cantará o mundo” e
realmente este deveria ser o princípio básico da globalização. Para entender o
mundo devemos compreender o pequeno local onde moramos e aos poucos e expandir
o nosso mundo e a cultura de cada local. É importante mencionar que a cultura
nunca poderia ser dimensionada em melhor ou maior, pois a cultura é para ser
respeitada, mesmo se não concordarmos com ela. A cultura de um povo não pode
ser questionada e sim compreendida. Como entender os hábitos dos silvícolas
australianos, ou dos esquimós do Alasca, ou ainda de um geek nova-iorquino.
Cada um com sua compreensão do certo ou errado.
Sempre defendi a ideia de
que a hotelaria, mesmo dos empreendimentos das grandes redes internacionais
podem utilizar a cultura local como um diferencial na competitividade do
mercado, onde a globalização pode ser utilizada como uma oportunidade para
desenvolver a valorização da cultura nacional. Desta forma utilizar a cultura
local como ferramenta para transformar em temas alguns traços das empresas
brasileiras seria um grande diferencial e um atrativo novo, pois estaria
inserido e integrado dentro do contexto local. Esta regionalização pode ser por
meio da Arte (esculturas, pinturas, desenhos), da arquitetura (designes, cores,
estilos), do vestuário (roupas e calçados típicos) da gastronomia (pratos
típicos, frutas, verduras), dos falares (expressões e falas regionais).
Sempre me recordo do esforço
do McDonald’s quando chegou a Porto Alegre com seus hambúrguer para competir
com os famosos ‘Xis’ do gaúcho, que era dobro de tamanho, mais saboroso, mais
barato. A sua vantagem é que o mundo conhecia, apesar que a aldeia sempre
desconfiou desta lancheria nova, foram muitos anos, novas gerações até ter uma
melhor aceitação para o consumo. Mas nunca teve vida fácil no paladar do
gaúcho. Deve-se sempre lembrar uma máxima dentro da globalização, onde o
turista quer ver o que é diferente no mundo, não apenas o que é igual, onde é
importante estimular o turista a adaptar-se ao local e não o local a ele.
Quando você tem um produto
de cultura regional forte, com apelo popular, dificilmente um produto de fora
conquistara seu espaço, como o Chá inglês, o chimarrão gaúcho, a tapioca
nordestina, a feijoada brasileira, que já são ícones da cultura ou como citou o
célebre Sepé Tiaraju “Esta terra tem dono” então não adianta vir de fora que
não terá espaço local, mas também vale cultuar e resgatar as nossas origens
como o samba, as lendas, as cantigas de ninar, as fabulas de cada local. O que
vem de fora deve ser muito melhor que o que temos aqui, se não, não podemos
mudar. Mas também é importante a reflexão de quanto nós conhecemos a nossa
cultua ou já estamos totalmente globalizados?
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