A globalização de datas em nossa cultura

Uma das questões que sempre me foi emblemática é o quanto absorvemos de culturas estrangeiras em detrimento de nossa cultura, as vezes deixamos a cultura nativa totalmente de lado para absorver o que vem de fora. Mas também já li grandes autores e pensadores brasileiros, rebatendo o que seria uma cultura genuinamente brasileira, onde não teríamos uma cultura verdadeira e original, mas adaptações de outras culturas ao longo dos séculos, onde o máximo permitido seria o que herdamos de nossos Índios. Mas discordo com toda a humildade, não creio que puramente a cultura indígena seria unicamente a do Brasileiro, mas a construção ao longo de 500 anos, pode sim, nos permitir ter uma identidade própria, captando culturas paralelas, de imigrantes, invasores, escravos consolidando a formação de uma cultura própria, dentro deste campo de refugiados que é o Brasil.

Fico constrangido quando vejo o quanto algumas datas vão sendo inseridas dentro do calendário e acabam se tornando quase como a data oficial, como a Valentine's Day, criando uma data duplicada para o dia dos namorados (Apesar que dia dos namorados são todos os dias...). Outra data imposta pelo comercio, é o de uma marca de cerveja, o St. Patrick's Day, comemorado anualmente em 17 de março. A data é uma homenagem ao padroeiro da Irlanda, São Patrício. Muito além do que uma celebração religiosa, pois lembra a chegada do cristianismo ao país dos irlandeses, também ovaciona a cultura e as tradições típicas desse povo e a gente celebra com toda a alegria e bebedeira esta data. Isso sem mencionar o Halloween, o dia das bruxas, incorporado definitivamente no nosso calendário, onde escolas e creches comemoram quase como uma data máxima de nossos festejos. Mas também existem as datas criadas pelo nosso comercio brasileiro, como o dia das crianças, em 12 de outubro, onde havia um enorme espaço entre Páscoa e o Natal, foi criado esta data, isso elaborado pela empresa de brinquedos Estrela, que com esta brilhante ideia de criar no calendário uma data no meio para alavancar as vendas para as crianças brasileiras.

Isso sem contar as datas religiosas que foi abruptamente enfiado ‘goela a baixo’, de nosso povo, como o dia dos pais, o dia das mães, o Carnaval, a Pascoa e o Natal (Este quase reinventado pela Coca cola, onde a tradição do Menino Jesus é misturado e confundido ao vermelho do Papai Noel inserido um cenário de neve e isso é refeito em algumas cidades brasileiras).

Quantas datas comemorativas mais podemos abastecer nosso calendário visando o lucro e o entretenimento em detrimento de nossa cultura ou isso em nada afeta?






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