Brasil, um campo de refugiados?

 

Brasil, quem é você? Esta é uma pergunta que muito faço e muito estudo em busca de algumas respostas. Já mencionei que Peninha, o Eduardo Bueno, o grande historiador, descreve em seu livro Brasil, que a o gentílico da palavra brasileiro está mal empregada, pois ela significa ladrão de pau Brasil, pois o correto seria brasiliense, como paranaense, catarinense, mato-grossense. Sendo assim, a partir do descobrimento começamos errado ou não? Pois os portugueses quando aqui chegaram cometeram um grande erro ao matar ao invés de negociar com os índios e assim inviabilizaram a mão de obra local, desta forma tiveram que importar pessoas para suprir esta carência de trabalho. 

Mas quem viria trabalhar num mundo desconhecido e cheio de estórias surrealistas com animais fantásticos, desta forma os novos conquistadores tomaram uma providencia. Os portugueses foram até a África e sequestraram alguns povos africanos, para virem trabalharem aqui no Brasil, então porque não explorá-los e fazerem trabalharem de graça, como forma de compensar o trabalho de buscá-los no continente africano. Assim começamos a escraviza-los como forma de suprir a mão de obra aqui no país.

Passados três séculos, ainda com enorme carência de material humano, mas com a necessidade de ter soldados, e pessoas com mais conhecimento do cultivo de terras, nossos governantes encontraram nos povos alemães e italianos, a saída de suas buscas, e diante da consolidação destes países, com a unificação da Itália e a formação do Império alemão haviam muitas pessoas derrotadas e que não havia o que fazer com elas, pois estavam à deriva, sem terras, sem dinheiro e sem comidas, desta forma o Brasil foi o destino destes povos.

Com o passar dos tempos e diante do sucesso de ter sumido com estes povos derrotados e dando oportunidades de virem migrar para o Brasil, outros povos rejeitados em seus países resolveram seguir o mesmo caminho, como: poloneses, eslavos, judeus, ciganos e russos. Assim optaram a pegar navios e renunciados em seus povos de origem aqui vieram em busca de um sucesso magico.

Ao mundo, o Brasil ficou sendo uma referência de um país que conseguia acolher a todos os tipos de povos e com seu imenso território e cheio de oportunidades, assim desempregados ao redor do mundo, acharam que o país seria um El dourado como o local de destinos de todas as suas angustias e porto de salvação a vinda para o Brasil, assim vieram japoneses, coreanos, árabes e palestinos. E mais recentemente alguns povos refugiados como última instância para o seu salvamento, como haitianos, senegaleses, bolivianos e venezuelanos aqui aportaram como proteção de suas vidas, mesmo que aqui sejam um trampolim para outras nações mais seguras.

Também é importante verificar uma ambiguidade que acontece, onde todos estes refugiados que aqui pousaram e os seus descendentes tem orgulho de seus sobrenomes e buscam passaportes como forma de identificação de seu amor próprio e mostrarem que são diferentes, que são alemães, espanhóis, italianos, judeus, árabes ou japoneses, mesmo que suas antigas pátrias ainda os observem com temor a sua volta, mas aqui muitos destes cidadãos relegam o pais que os recebeu, tendo apenas como uma segunda pátria, pois conforme suas crenças são europeus, árabes ou asiáticos e não brasileiros.

Assim vejo o Brasil como uma colcha de retalhos com os inúteis indígenas, os sequestrado, os desempregados, os rejeitados, os derrotados e os refugiados que ajudaram a formar esta nação. Para alguns é o somatório de uma escória, para outros é a nossa formação de cultura e desenvolvimento, mesmo que estes se sintam ainda ligados a suas antigas pátrias.

E nós? Como percebemos este somatório de povos que aqui aportaram?



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