A vida são ciclos e nela
estamos inseridos e quase sempre contra a vontade tem a anunciação do termino.
Nascemos num evento de festividade da chegada e nos despedimos em outro evento
da saudade de tudo aquilo que deixamos nas outras pessoas. Mas temos muitas
despedidas: A despedida do jardim de infância, do colégio, da faculdade, do
emprego, dos amigos, de um familiar, da pessoa amada, do filho que cresce, de
um lugar que gostamos, de um livro que lemos ou escrevemos.
Os aposentados e os Jogadores
de futebol tem uma despedida maior, quando abandonam o futebol ou o trabalho
que por anos exerceu, não é uma despedida meramente simbólica, mas uma ruptura
de todas as ações que tiveram e fizeram até aquele momento e que a partir daí
tudo será diferente, serão novas rotinas, distintas daquelas que estavam tão
acostumadas e esta mudança é muito difícil, muitos se preparam durante anos
para este momento, alguns conseguem ser efetivos e felizes dentro de seu
planejamento de sucesso, tendo uma passagem mais suave para novos momentos,
alguns nem planejar conseguem, pois não conseguem se ver fazendo algo diferente
daquilo que exercem a tanto tempo.
Vi uma reportagem de um
senhor com 94 anos que continuava trabalhando numa mesma fábrica em Brusque,
fazia 82 anos e que relatou que o dia que parasse é porque estaria morto, ele
não conseguiria viver sem aquele trabalho. Também vejo reportagens de atletas
com 40 anos, que sofrem muito o psicologicamente, quando deixaram de se fardar,
de entrar em campo, afinal desde muito cedo aquela rotina é a essência de sua
vida.
O luto, que é o fim, deve
ser feito sempre, como forma de se justificar a evolução, a mudança e a própria
caminhada. Como maneira de entender que valeu a pena, como uma homenagem a
aquele término, para aquela porta que se está encerrando definitivamente. O luto
é um conjunto de reações a uma perda significativa. Qualquer perda, umas
maiores que outras, é a falta no futuro daquilo que se está se despedindo. E
como disse o poeta Quintana “A morte deveria ser assim: Um céu que pouco a
pouco anoitecesse e a gente nem soubesse que era o fim”
Uma questão que passa por
todas as civilizações e tanto almejam é a de ser eterno, para o fim nunca
chegar, mas discordo, vejo que o segredo é outro. É viver plenamente o dia de
hoje, não acelerar mais a vida, se deliciar com pequenos momentos e se
encantar, contemplar o pôr do sol ou o brilho das estrelas, pois é um tempo tão
valioso se permitir fazer coisas simples, mas essenciais dentro de uma vida
agitada. Tivemos uma pandemia, que alterou a vida, os hábitos e costumes, para
que se possa valorizar o tempo, as coisas, as pessoas. O ócio também é
maravilhoso.
Nunca é fácil o ‘Até logo’ e
quase nunca sabemos quando será este último olhar ou aceno. Mas não devemos estar sempre
pensando nisso, pois ele vira, independente ou não de nosso desejo, e pensar é tempo que se perde tentando evitar o
inevitável. Vamos viver a doçura da vida e deixar as melhores lembranças em
tudo que fazemos.
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