Somos antagonistas?

 

Às vezes me pego a refletir o quando somos coerentes com as coisas que pensamos, idealizamos e fazemos, não seria enganar a si, quando pensamos sobre um assunto e temos uma atitude diferente quando resolvemos pôr em pratica? Afinal a coerência é a harmonia entre dois fatos ou duas ideias, é a conexão e a gente que tanto prega esta ligação acabamos fazendo o oposto, Porque?

Será que não somos antagonista na maior parte das vezes? Pois quase sempre estamos numa posição contrária, adversa, contraditória, divergente no dia a dia. Na educação todos querem fazer faculdade, aprender, mas se puderem matar aulas, sair mais cedo, desviar o foco, colar nas provas com certeza irão fazer isso. Queremos um ensino forte, mas não lutamos por ele, é um antagonismo. Vamos a um estádio de futebol como lordes britânicos, mas lá dentro o comportamento se assemelha a um viking na taberna. Queremos políticos nada corruptíveis, mas uma das leis máximas em nosso Brasil é a infeliz Lei do Gerson, ai são apenas aproveitar oportunidades, comprar carro em Santa Catarina e criar um endereço falso para pagar o IPVA lá, pois é mais barato, mas não vê nada errado nisso, como também nada entende ser errado furar uma fila, passar numa sinaleira vermelha ou colocar numa vaga de idosos.

Que sociedade é esta tão contraditória, reclama de seus políticos, mas nada fez de diferente. Mas em todas as áreas podemos perceber este antagonismo, Quando se está apaixonado, a primeira coisa é demonstrar que não se está, para a amada não o veja como um vulnerável, um romântico fraco ou um louco. Se faz de difícil... Ah joguinhos do amor, tão doloridos, mas tão atuais, não demonstrar a paixão que se sente, se fazer de difícil, parece mais uma regra imposta aos apaixonados.

Lembro de uma frase quase antológica de Drummond que dizia “Quando você diz que já esqueceu alguém, é muito contraditório Porque ao afirmar isso, está automaticamente lembrando da pessoa. Então não esqueceu.” E assim somos nós, vivendo cercados de conflitos internos e ainda superamos tudo. E acredito que foi Cora Coralina que escreveu que o amor é o sentimento mais contraditório que existe, pois ele machuca, mas faz você sentir que está vivo. São as contradições do amor...

É contraditório, pois sei o que devo fazer, mas o que devo fazer o, eu não sei.



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