Sobre reticências...

 

As reticências são, na escrita, uma sequência de três pontos ( … ) no início, meio, ou fim de uma frase. A utilização deste gênero de pontuação indica um pensamento ou ideia que ficou por terminar e que transmite, por parte de quem exprime esse conteúdo, reticência, omissão de algo que podia ser escrito, mas que não é.

Pois é, recebi a imagem que está na chamada do texto e ali explicou, em parte, porque gosto tanto de usar reticências. A outra parte está na definição acima. As duas encaixam perfeitamente no modo como enxergo e me expresso na vida.

Tem vezes que uso reticências para não dizer aquilo que gostaria, seja o motivo de não me expor ou de não expor outra pessoa. Também uso para não expressar totalmente meu pensamento, deixando a cargo de quem está lendo seguir suas próprias interpretações. Contudo, também uso para me proteger e não ficar tão a mercê de inimigos ocultos, aqueles que estão junto a ti, mas acabam te atacando nas sombras. Um uso mais físico, mas dia-a-dia, mais de auto proteção.

Por outro lado, eu uso também as reticências como algo não fechado, vivo numa constante reticências, não acredito que nada seja definitivo, as chances de mudar tudo de uma hora para outra são grandes e pode acreditar tenho muitos exemplos para isso. Por consequência a vida mesmo se encarrega de nos colocar em reticências. Entretanto, o sentido de amplitude, de infinito e de estar tudo em movimentação é que mais me agrada. As reticências podem ser um início de caminho, podem ser aquele próximo passo, pode ser uma passagem para algo, elas podem ser o fim e podem ser tudo ou nada.

Enfim, como sou espírita e já escrevi isso aqui em outros textos, acredito que existem outros mundos e outras formas de viver. Talvez por isso uso tanto as reticências, não para dizer adeus, mas para dizer aos meus queridos companheiros de viagem que simplesmente que estou indo para outro lugar...