Uma questão cada vez mais
atual e que muita me preocupa tanto como professor, como leitor assíduo é como
temos acessos às informações. Se fosse para pesquisar, consultar, ler, analisar,
saborear seria fantástico. Porém, muito do que se tem a disposição são notícias inúteis,
mentirosas, distorcidas. Muitas vezes feito por pessoas que desconhecem algum
fato ou querem dar uma notícia sem entender o todo ou o contexto da situação ou
da história ou mesmo aquelas que simplesmente querem distorcer o fato real.
Nos meios acadêmicos é proibido
qualquer menção ao Wikipédia, como fonte de consulta, pela inexatidão dos dados
e artigos ali colocados. Porém se for produzido um artigo e divulgado numa
revista ou livro (mesmo num material para universitários, a matéria ela vai estar
inserida e conter fontes, sendo aceita como embasamento para qualquer pesquisa acadêmica
posterior a obra editada, mesmo sem uma base ou cunho cientifico. É obvio que
há uma escala de segurança nas revistas cientificas, mas mesmo assim pode-se
fazer tese com materiais fartamente produzidos e expostos na mídia, sobre os
mais diferentes temas: A terra é plana. A existência do pé grande. Nunca houve
massacre de judeus na segunda guerra mundial. Assuntos bárbaros e /ou absurdos
são veiculados e discutidos porque algumas pessoas escrevem sobre determinados
assuntos e isso foi se propagando... até parece aquele dito popular, uma
mentira contada mil vezes, acaba de se tornar realidade.
Então imagina fora dos meios
acadêmicos, onde não há uma preocupação com fontes ou mesmo com a verdade dos
fatos e mais ainda, onde o importante não é mostrar o seu conhecimento, mas
tirar o mérito de rebater uma teoria, é desqualificar o oponente, mesmo
apresentando uma veracidade inexistente, pois cada vez mais com a facilidade de
um google ou de aplicativos, não se lê mais, não se tem conhecimento, apenas a
informação e transformar esta informação em conhecimento é a grande diferença do
saber, dentro de uma sociedade preguiçosa, desinformada e quase que totalmente cega
culturalmente, fica muito fácil de ser manobrada. Ou mesmo quem tem
conhecimento, esta sendo manipulado, imagine quem não tem esta compreensão.
Outro erro crasso que temos
é a leitura e análise de dados estatísticos, nada mais enganoso que esta
ferramenta, se não for muito bem aplicada, como por exemplo: O turismo ecológico
pulou de 50 pessoas para 100 pessoas na serra gaúcha, enquanto que o turismo de
lazer passou de um milhão e meio de pessoas para um milhão e meio de pessoas. Mas se formos
ver puramente a estatística o turismo de ecológico teve um aumento de 100%
enquanto o turismo de lazer subiu apenas 25% ... Quantas distorções quando não se tem
uma análise correta ou quando não temos o entendimento do todo, se aceita o que
se quer, sem contestar e isso é valido para tudo, para votos, para pesquisas, para o comercio, para a
divulgação.
Temos que ser críticos,
saber exercer as nossas ideias (Mas para se ter ideias, temos que ler, escutar,
analisar, interpretar, filtrar) para criar o próprio entendimento de uma fato e é justamente
nisso que se apegam os fazedores de notícias falsas, poluem porque muitos
preguiçosos leem apenas a primeira linha e não se detém com o todo e passam a
repetir o fato, como se assim fosse verdade.
Quantas vezes averiguamos a veracidade de uma informação ou a contestamos junto ao grupo que estamos? Ou ficamos passivos perante os outros, pois não temos ideias e nem argumentos próprios para repudiar alguns absurdos no dia a dia. Sejamos um pouco mais críticos e nem tantos ingênuos e indefesos diante do mundo das comunicações.
Raciocine. Coloque a cabeça a pensar. faz muito bem!
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