Esse tal sentimentalismo

Eu não sei vocês, mas eu tenho andado um pouco sentimental.

Não exageradamente, mas com um pouco de emoções à flor da pele. Talvez por ser agosto. 

Eu sempre amei este mês por ser meu aniversário. Por esperar o fim dele para comemorar meu novo ano, meu novo ciclo. Meu início de ano.

Mas desde 2018, meu agosto não é mais o mesmo. Apesar de ter passado o dia 27 com a minha mãe, ela nos abandonou três dias depois. Foi morar com Deus e o vazio de agosto se acomodou aqui no meu peito.

Eu nunca fui muito sentimental. Apesar de ter alguma sensibilidade, ela foi deixando de ser tão presente ao longo dos anos. Já não gosto, por exemplo, de escrever poemas. O meu blog está às traças. Eu não me reconheço mais como aquela mulher que escrevia sobre sentimentos.

Dizem que o sentimentalismo é a expressão vazia de um sentimento. Um pseudo-sentimento. Que é uma forma de preencher a ausência de verdadeiros sentimentos e que à medida em que se vive sentimentos reais, nos despedimos do sentimentalismo. Talvez eu fosse sentimentalista e tenha ganhado a capacidade de sentir o amor, a saudade, a tristeza e a alegria verdadeiros.

Agosto chegou, enfim. Não é o mês do desgosto. É o meu mês. E embora não seja mais a mesma coisa, eu ainda gosto de comemorar a vida. E os sentimentos que, talvez, só agora eu tenha conseguido alcançar...

Viva agosto! Viva A Gosto!