As listas da minha vida



Eu vivo inventando listas. 
A minha cabeça é dividida em tantas, que alguns arquivos, certamente, já se perderam.

Entre as listas que eu monto, diariamente, estão: lista de compras, de lugares que quero conhecer, lugares que eu já fui e quero repetir, locais que não vou mais, pessoas que eu gosto, que não gosto, que não vou com a cara, que merecem um oi, que merecem meu silêncio, listas de pessoas que esqueci, por isso já não tem mais essa lista.
Tem a lista de comidas que quero experimentar, que não vou comer nunca, que vou preparar e que não vou cozinhar jamais.

As listas que eu mais gosto, são as que eu esqueço.
E eu realmente gostaria de esquecer a lista de nomes de pessoas que me magoaram, que não me ajudaram mesmo podendo ajudar, que me viraram as costas, que poderiam ter indicado o meu CV durante o longo período que passei desempregada, que esqueceram de me dar um oi no dia do meu aniversário ou quando minha mãe faleceu. Essas não serão esquecidas, mas também, não lhes desejo nenhum mal.

As que menos gosto são as listas de compras de supermercado. Nunca vi um papel ganhar tantos itens tão rapidamente. Lembro da alface, do palmito, do sabão, do sabonete, do amaciante, da azeitona, do azeite, do milho, do tomate, da ervilha, da cenoura e por aí vai... Coloco a malditinha na bolsa e, sempre, sempre compro coisas que não estão escritas. Principalmente, se vou mercado com fome. A listinha vira uma listona e ainda acabo esquecendo de pegar uma coisa ou outra.

Agora, a lista mais importante é a que contém os nomes de quem me deu a mão. Que não me abandonou no meio da escuridão, que me ouviu, que abriu seu coração durante meus dias bons e meus dias ruins. É a lista de pessoas que chegaram na minha vida e acenderam as luzes. Que apareceram sem convite, que não recusaram convites. Que sorriram mesmo nos meus dias sem graça, que me ofereceram uma oração quando o desespero tava parado na porta. Que me deram uma mão para amparar meus filhos, e que, se em algum momento, me julgaram, guardaram para si e continuaram seguindo ao meu lado.

É isso. A lista mais importante que existe é a lista de gratidão. E eu sou grata a todos aqueles que fazem e fizeram a diferença na minha vida.
Desde aquela pessoa que nem conhecia e, que nunca mais vi, mas que entregou meu currículo e eu fui a escolhida por merecer, até aquela pessoa que me enviou um bilhete amigo desejando que o mal momento passasse logo.

Obrigada! Se você está em alguma dessas listas, te sou grata. 

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