A iniquidade como religião

Eu não sei vocês, mas há algum tempo observo as atitudes das pessoas e o que vejo é assustador.

Sempre houve maldade, imoralidade, abusos, assassinatos, brigas, guerras. O mal como desculpa para ações vis não é novidade. Mas, me parece, que as coisas andam sem limites. O mal persevera sobre o bem.

A escalada da violência não tem fim e, observo, com muita tristeza, que existe muita gente que apoia a barbárie.

A política sempre trouxe consigo a desavença. Desde que o mundo é mundo, e que o poder passou a ser disputado entre homens e clãs, a violência vem junto com aqueles que não sabem resolver as diferenças por meio das palavras. 

Antigamente, as mulheres eram meras mercadorias. Moedas de troca e responsáveis apenas pela prole. Culpada por não ter filhos homens, uma voz calada pelo mundo. Crianças eram entregues como esposas e ainda hoje, depois que as mulheres conseguiram levantar a voz e conquistar o espaço que sempre deveria ter ocupado, somos subjugadas por "machos" de almas doentes. 

Crianças e mulheres continuam sendo estupradas, violentadas pelo corpo e pela alma.

Mulheres não têm paz. Nascem e morrem tendo que provar algo para o mundo. Precisam sair de casa tomando cuidado, com medo, com receio. Meninas nascem e precisam ficar sob olhos protetores para que abusadores não estraguem a vida delas logo na infância.

Acontece com meninos também, e isso é uma temeridade. Quem coloca filhos no mundo deve cuidar e zelar por eles.

Os últimos acontecimentos me deixaram pensando num mundo medieval. Homens matando homens por causa de suas escolhas políticas. Homens que chutam homens caídos no chão apenas com a desculpa de ter sido ele a causa da desavença. Mas, ora, ele já estava caído. ferido. Chamem a polícia e pronto. Não é normal achar correta uma atitude bárbara.

Uma mulher sendo estuprada e abusada por um médico durante uma cirurgia? Quantas mulheres passaram por isso e sequer têm consciência do ocorrido?

Quantas crianças são violentadas pelos seus pais?

Quantas pessoas são abusadas por seus próprios familiares?

Por quanto tempo veremos pessoas públicas incitando a violência impunemente?

Por quanto tempo mais aceitaremos a iniquidade e a maldade nas nossas vidas, nas nossas redes sociais e no nosso ambiente de convivência?

Quando é que vamos nos levantar contra as pessoas que fazem apologia às drogas, às armas e à falta de respeito ao próximo?