Por mais cervejas e menos remédios!

 

Todas as terças-feiras o Felipe tem fono. Fica ali perto do Pronto Socorro, consequentemente perto da praça redenção. Estaciono o carro em uma rua lateral ao prédio do consultório que sai em frente ao hospital. Geralmente tem lugar, mas as vezes tenho que dar uma volta na quadra até achar um lugar.

Pois bem, na última terça-feira tive que dar duas voltas na quadra, não achei estacionamento e tive que parar o carro em um ponto reservado aos táxis. Deixei o pisca alerta ligado e me fui com o Felipe. Deixei ele na fono e disse para ela que ia voltar para estacionar o carro melhor. Voltei a dar mais uma volta na quadra, mas enfim achei um lugar. Olhei para o relógio e vi que  ainda tinha uma meia hora para pegar ele e pensei vou tomar uma cerveja nesse intervalo.

Já tinha entrado no boteco que fica na rua que estaciono, cerveja cara, mas como tempo não era longo resolvi entrar ali mesmo. Qual a surpresa? Não vendiam mais cerveja de garrafa. Sai e fui caminhar pela volta, quem disse que achei um boteco. Primeiro vi um restaurante, no qual entrei e sai sem ser percebido, pois não veio ninguém me atender, caminhei mais alguns metros e vi um mercadinho de bairro, mais parecia uma padaria-cafeteria, mas vi umas mesas na calçada e pensei de repente porque não tentar. Entrei, cheguei a ficar constrangido de pedir uma cerveja tanto pelo mercado em si, tanto porque o cara estava todo atrapalhado com o movimento. Sai do local novamente sem pronunciar uma palavra. Já estava me dando por vencido quando voltando vi o garçom do restaurante no qual tinha entrado antes. Fiz sinal para ele me aguardar que estava entrando e queria pedir uma cerveja. Graças alcançadas. Consegui enfim pedir uma cerveja e saborear antes de pegar o Felipe novamente.

Ali sentado pensei em uma conversa que tive com um amigo há algum tempo que me alertou para o número excessivo de farmácias em Porto Alegre. Ele disse que isso indica uma população doente, eu vou mais longe ou no mínimo hipocondríaca.

Número de farmácias na Capital é quatro vezes superior ao recomendado

A impressão deixada em bairros como o Menino Deus de que Porto Alegre tem farmácias demais é confirmada por estatísticas. Hoje há 707 estabelecimentos desse tipo na cidade, conforme registros do Conselho Regional de Farmácia (CRF/RS). Esse número representa uma unidade para cada grupo de 2 mil habitantes — quatro vezes mais do que o parâmetro recomendado pela OMS. (notícia de 2019, abriram mais depois dessa reportagem)

 

O que tem de farmácia em Porto Alegre é impressionante. Saiu uma reportagem que uma avenida da cidade tinha uma a cada 86 metros. A quantidade de botecos não aumenta na mesma proporção, pelo menos é isso que aparenta. Bom só aqui no meu bairro abriu umas cinco farmácias e fecharam três botecos.

Cidade doente essa. Puta que pariu, mas estou entre os resistentes e não me darei por vencido. Continuarei minha peregrinação. Não existe coisa melhor que tomar uma cerveja gelada sentado no bar pensando na vida ou  ainda no próximo texto no blog.

 Por mais cervejas e menos remédios!

Comentários

  1. Brasília também é assim. Uma vez, quando visitei a Eslovénia, precisava de um laxante (kkkkk) e não tinha farmácias!
    Achei uma e a eles não vendiam a danada da pílula pra ventre preso. Só com receita! Kkkk

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