O povo brasileiro

 

O povo brasileiro é resultado da miscigenação de vários povos. Os indígenas, os portugueses e os africanos são os principais grupos. No entanto, há vários imigrantes europeus e asiáticos que vieram para o Brasil, especialmente a partir do século XIX, que também formaram o povo brasileiro. Se pensarmos sob um outro olhar, somos um grupo de refugiados, grande parte exilados, colocados num campo de sobreviventes, uma verdadeira torre de babel. Eduardo Bueno, o grande historiador, descreve em seu livro Brasil, que a o gentílico da palavra brasileiro está mal empregada, pois ela significa ladrão de pau Brasil, pois o correto seria brasiliense, como paranaense, paraense, mato-grossense e etc.

Uma das grandes perguntas sempre que me faço sobre o povo brasileiro, é como esta mistura de povos, cada qual com sua cultura, história, costumes, tradições conseguem conviver numa harmonia, dentro do território brasileiro. Talvez este seja o grande mistério, num pais corrompido pela política, com regras e normas fragilizadas e marginalizado por suas mazelas econômicas, com um preconceito velado há uma ótima convivência.

Uma crítica ferrenha numa comparação que sempre faço é que nosso maior problema, pensamos individualmente, talvez seja esta a maior diferença com qualquer outra nação. O individual das pessoas, prevalece sobre a sociedade. Dentro de um grupo maior não conseguimos pensar num todo, parecendo que o significado é: O que é público, aquilo que é de todos, não é de ninguém, não há uma preocupação coletiva, as vezes chega ao desdém com as coisas. E isso pode ser a nível governamental ou mesmo dentro de uma empresa. Neste grupo somos que nem torcedores, manifestamos nossa vontade, gritamos, ovacionamos, reclamamos, idolatramos, mas não participamos, não interferimos. Não que se busque uma unanimidade, até porque como nosso poeta maior falou, toda a unanimidade é burra. Mas me refiro a passividade como que aceitamos as coisas naturalmente, sem questionar as decisões, por mais absurdas que possam ser. Até o futebol da seleção que era um dos raros momentos de união do povo brasileiro, hoje está super repartido com enormes críticas a jogadores, CBF perdemos o ícone do envolvimento coletivo.

Considero o brasileiro, um povo dócil, servil, alegre que se contenta com pouco, não conhece deveres e direitos, reclamando apenas quando for para ganhar algo. Somos um povo agraciados, e como disse a música “tudo que se planta, cresce”, com climas maravilhosos, sem estarmos em rota de tornados ou vulcões ou ainda terremotos. A grande parte das catástrofes que acabamos tendo são devidos a erros nossos, desde desmatamento, crescimento sem regularização, poluição... Ou seja, os problemas são oriundos internamente e onde temos uma lei maior que governa nossa sociedade, a ‘Lei de Gerson”, a lei do jeitinho, da malandragem ruim e de tirar vantagem em tudo ainda predomina em nossa sociedade ou a ‘Lei de Murici’ onde cada um é por si. Reclamamos que nossos políticos, são corruptos, mas em todas as esferas grande parte da população se pode fazer algo ilícito, imoral ou uma falcatrua acaba deslizando e não compreendendo aquilo como um problema, apenas que a oportunidade foi aproveitada de maneira torpe.

Outro fato que sempre me chamou a atenção foi nosso desempenho em olimpíadas, os esportes ditos de uma classe abastada, são os que temos melhor desempenho, como o vela, hipismo, surf, enquanto aquelas ditos populares e sem infraestruturas não temos obtido resultados positivos, como a corrida, o atletismo ou esportes de forças. Será nossa sociedade constituída como uma população com cabeça elitista? Onde não valorizamos as coisas simples e autenticas, tudo damos ou inserimos valor

E como diz a música, povo unido jamais será vencido. Quando atingirmos esta maturidade e exercemos a nossa cidadania, será realmente uma nação e não esta colcha de retalho alegre.



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