Sem afeto e sem carinho




Algumas pessoas são consideradas amorosas, carinhosas, gentis, educadas, empáticas, simpáticas e assim vai..
Não me considero amorosa. Nem carinhosa. Nem gentil. Sou educada, simpática e tenho empatia. Também nem sei se posso dizer que sou muito empática. Sou. Já está bom.
A minha melhor característica é, sem dúvida, a generosidade e a paixão pela natureza e seus animais. Mas, na verdade, eu gosto mesmo é de cachorro.

O tema da crônica de hoje -- (que era para ter saído na terça-feira) -- é Demonstração de amor e carinho.

Existem seres humanos que adoram abraçar, beijar, pegar nas pessoas, escrever, ligar, passar a mão nos cabelos, etc. Eu não gosto. Não suporto gente que conversa encostando as mãos em mim, nem gosto de abraços demasiados, ou beijos que encostam os lábios na minha pele. Cumprimento deve ser aquele de abraços rapidinhos e beijinhos de rosto. Tá ótimo. E eu já era assim antes da Covid-19. Não é paranoia nova, não.

Não tenho paciência para a maior parte das bobagens que as pessoas gostam. Não assisto comédias, não tenho saco para standup, nem rolêzinho e não vou a shows fora de teatros ou casas de show onde eu fique sentadinha. Sem gente suada encostando em mim.

Depois de tudo isso, devo dizer que sou uma pessoa leal, honesta, disposta a ajudar e pau para qualquer obra. E espero o mesmo. Não conte em receber telefonemas, cartas, convites e declarações. 

A minha maior demonstração de amor é cozinhar para as pessoas que eu amo. Preparar as comidinhas que elas gostam, oferecer a sobremesa favorita, no caso da família, ter sempre a casa e as roupas limpas e cheirosas para dar aquela sensação de conforto. De ser amado. Em torno da mesa a gente conhece e é conhecido. Poucos conseguem fingir durante uma boa refeição.

Se eu convido alguém para almoçar ou jantar na minha casa, esse alguém pode se considerar amado. E mesmo que eu não expresse verbalmente, é alguém com quem eu me importo. E dentro desse importar surge a observação de reciprocidade. Se eu convido e a pessoa não aparece, eu não chamo mais. 

Apesar da minha personalidade antissocial, cada um que passou pela minha vida sabe exatamente o que deixou e o que levou, porque eu não meço palavras. Boas ou ruins.

É primordial que valorizemos aqueles que fazem parte do nosso cotidiano. E demonstremos.

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