Desde algum tempo venho exercitando a prática de compreender o outro. Isso não quer dizer de aceitar o outro e sim entender porque certas pessoas agem de uma determinada forma em algum momento da vida.
Essa prática ficou mais afiada quando estudava história, entender decisões tomadas, práticas e discursos de quem estava proferindo ficou mais fácil sabendo a história do próprio indivíduo. Uma lógica dentro do subjetivo.
A compreensão do outro traz em si a forma de entende-lo. Agora a concordância já é diferente, isto leva em conta nossos valores e parâmetros. Com o passar do tempo vamos adquirindo maturidade, experiência e valores que nos fazem seguir algo que acreditamos ser o melhor para nós. Contudo isso muitas vezes entra em choque com o que o outro pensa. A discordância é salutar, faz com que pessoas debatam, trocam ideias e se por algum motivo chegar ao consenso aí é uma benção nos dias atuais. Mas o bom seria isto! Contudo a compreensão do outro é um caminho longo, principalmente para os radicais, para os donos da razão, para os ignorantes.
Podemos entender que tal pessoa possa votar, por exemplo, em algum candidato que não seja o seu. Óbvio que possa surgir debates mais acalorados, mas no fundo a história daquela ação de votar em um candidato que não seja o seu passa para a compreensão do outro. Conheço vários amigos que votarão em candidatos que eu jamais votaria, nem por isso deixaram de ser meus amigos, procuro entender suas razões para tais decisões, mesmo não concordando com elas.
E aqui não tenho a pretensão de mudar ninguém, a mudança ocorre dentro de nós mesmos, só nós podemos decidir qual caminho podemos tomar. Eu, particularmente, desde algum tempo tenho mudado bastante, como disse em textos anteriores, tento evoluir e nesse caminho veio a compreensão do outro, como forma de olhar para outra pessoa não com raiva, mas com qualquer outro sentimento, até de pena. Mesmo que não concorde, pois posso até entender o que leva um jovem as drogas ou a um homicídio, mas jamais vou concordar com sua atitude.
A compreensão do outro é uma forma de você ser mais tolerável com pensamentos discordantes. Uma forma de enxergar os defeitos das pessoas e mesmo assim amá-las. Até porque defeitos e virtudes todos nós temos.
Gosto de conversar, de conhecer as pessoas, saber como pensam e como chegaram até aquele ponto. Muitas vezes uma boa conversa não só faz você mudar como o outro também. Dividindo experiências, respeitando posições contrárias a sua, tendo sua liberdade e permitindo que o outro também tenha. Imagina em tempos de redes sociais do ódio.
Hoje em dia o que vejo é brigas e divisões por causas de formas de pensar. Você é hetero ou é homo, você é azul ou é vermelho, você é gado ou seguidor de jumento e por ai vai. Se as pessoas fizessem um esforço de compreender o outro e seguir sua vida em frente as coisas com certeza seriam bem melhores.
O velho exercício da tolerância... Voltemos sempre a Voltaire, os tempos são outros, mas a intolerância, ignorância e radicalismo continuam os mesmos...
ResponderExcluirEstamos no tempo da intolerância.
ExcluirSe todos nós tentássemos exercer a compreenssão, o mundo ficaria mais fácil
ResponderExcluirBem melhor...
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