Eu sempre penso que podemos ficar sentado num
banco da praça. Algumas pessoas nada vão enxergar e será chato... outras vão
viajar naquele cenário, fazer conjunturas, imaginar, refletir e agir... é assim
que eu penso. Sonhar é preciso, depois se planeja, se coloca no papel, e se
busca o que almejas
Eu gosto muito de me expressar e as artes, tem sido
uma maneira fantástica de aflorar estes sentimentos: Seja a leitura a escrita, o
teatro, a pintura... e sempre gostei de praticar e exercitar. E sempre penso que estamos
aqui no mundo para muito mais que sobreviver, mas para superviver. E este pensamento,
sempre tive comigo, não importa onde tiveres aproveita!! As vezes as pessoas
tem tudo a volta e não dão o valor devido, ou o significado.... Ao trabalhar
com muitas pessoas, algumas famosas, outras nem tantas, são tantas as estórias
que se tem, que impressiona a riqueza que temos, mas tem que aproveitar, cada
momento, seja alegre, triste, contemplativo, ou questionador... ao trabalhar
com hotéis e pessoas, talvez a experiência me brindou com muitos fatos.
E assim acabei gostando de escutar, ler, respirar
o entorno, vivenciar tudo que está próximo, e aprender. Havia um circuito de
palestras na década de 80, na Aliança francesa onde era um palestrante no último
sábado do mês. Para mim era imperdível. Ali escutei muita gente. Foram inesquecíveis
as Palestras do Fernando (um dos sobreviventes dos Andes), o poeta Mario
Quintana, Luiz Fernando Verissimo, Almir Klink, Valdomiro Vaz Franco, Tarciso,
o pintor Carlos Vilaró, entre tantos outros. Então foram tantos artistas que me
brilhavam os olhos, Para alguns talvez eles eram aventureiros, para mim eram
verdadeiros heróis com suas histórias de vida e ao longo de meus registros,
essa marca sempre tive comigo, o que a pessoa ao lado tem para me contar, pois
quero ouvir.... E assim, um dia eu também comecei a ter as minhas histórias e
uma delas quero dividir com vocês
Em uma época, lá pelo final da década de 80,
estava eu com muita pressa para resolver minhas coisas da época de faculdade, e
assim, corria pela Rua da Praia e próximo à praça da Alfandega, esbarro, num
senhor de idade, mas antes que ele cai no chão, consigo segurá-lo da queda.
Ao olhar de frente, eu parei e estremeci, só
conseguindo pronunciar....
- Poeta!
E aquele senhor, de idade avançada, mas com um
sorriso cativante, me olha e fala:
- Meu jovem! Estás com pressa?
E eu somente consegui balançar a cabeça e dizer
sim. E ele no alto de sua sabedoria e bondade, me fala:
- Então atravessa.
Eu fiquei parado, atônico e nisso, vem o melhor
dos convites...
- Venha, meu jovem, vamos tomar um café, antes
de tua próxima corrida.
E ali, eu fui, ao final de uma linda tarde de
setembro, tomar um café com o poeta Mario Quintana, onde o autografo em um
livro, foi o menor das alegrias que tive naquele momento em que tive o prazer
de conversar com alguém que sempre tinha admiração, e ali, estava ele de pé
diante de mim, com o mais bondoso dos sorrisos que se pode passar a uma
pessoa...
E esta foi a primeira das muitas outras
oportunidades que tive de escutar a poesia deste gigante chamado Mario Quintana
Belo texto de estreia!! E que presentão a vida te deu!!! O poeta!
ResponderExcluirSensacional Alonso ! E que encontro ! O poetinha ! Que grande honra ! Show !! " Eles passarão , eu passarinho ... "
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