Semana passada vi uma cena que me marcou e que até hoje quando me lembro venho as lágrimas.
Tudo começou quando eu caminhava em direção ao carro. Vi um menino muito agarrado ao pai para atravessar a rua, o menino deveria ter uns 10 anos, achei meio estranho o jeito, percebi que tinha algo diferente ali, mas na correria do dia não parei e segui em frente.
Logo mais adiante eu estava parado no bar onde tomo uma cerveja e jogo conversa fora antes de ir para casa e quando vejo quem entra no bar. O pai com o tal menino. Ali pude ver que no mínimo o menino é autista. O pai carregando as compras do mercado com o menino agarrado aos seus braços. Só de me lembrar desta cena já começo a chorar...
O menino não falava como o Felipe ainda não fala, mas tinha um ar de medo que fazia ele não desgrudar daquele pai, grande parte por ser diferente e já ter tido isso como uma bagagem de vida. Aquele pai pelo visto um senhor humilde, um trabalhador que talvez faça, talvez não, ele já faz das tripas coração para criar o menino. Uma estrutura visivelmente inferior ao que o Felipe tem.
Pois bem, o homem adentrou no bar e comprou um refrigerante daqueles de 250 ml, talvez a única coisa que coube no orçamento para agradar o filho, depois ele deu ao menino que tomou, naquele momento me deu vontade de falar com o pai, de me oferecer para pagar o refrigerante e aproveitar para dar os parabéns para aquele pai herói, mas por um momento tive receio de não ser bem interpretado, então me contive.
Nesse ínterim o pai já foi ajeitando as compras com o menino grudado e tomando o resto do refrigerante e em seguida tomaram rumo.
Como não tirei os olhos nem um minuto daquela dupla, o menino antes de ir embora da uma olhada para trás e para mim. Seu olhar um misto de medo, de incerteza e de um mundo estranho. Mal sabia ele o quanto de amor tenho por ele. O quanto gostaria do fundo do meu coração de fazer algo que tornasse a vida dele bem mais feliz. Não me perdoei por ter deixado eles irem sem ao menos trocar uma palavra.
Pensei no Felipe e no quanto esse garoto é de sorte por ser tão amado pelos seus pais, pela sua família, enfim. Mas se Deus quiser e ele há de querer vou encontrar essa dupla novamente e desta vez não deixarem irem sem eu dizer para aquele homem o quando eu admiro e que ele sim é um verdadeiro pai herói. UM PAI HERÓI com todas as letras.
Me ajoelharia aos seus pés como quem saúda um rei...
Nem preciso dizer que fiz esse texto chorando...
Por Alexandre Guilamelon Nunes
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