Na semana passada tive que vender meu carro. Dívidas contraídas no início da pandemia me fizeram ter que abdicar do automóvel. Uma situação que se impôs, mas contudo não fiquei triste, pelo contrário, a resolução dos problemas me deixaram mais leve, agora se eu tivesse que vender a moto, ai sim, o bicho ia pegar...kkkk
Andar de moto é uma das várias paixões que tenho acumulado nesta vida. Tenho a impressão que tudo começou quando eu andei de Garelli pela primeira vez. Tinha uns 11 anos e meu amigo/vizinho ganhou uma. Logo, logo nós andávamos pelas ruas do condomínio. Acredito que foi ali que começou a paixão. A sensação do vento no rosto, você, a máquina e a liberdade são coisas que entraram na veia sanguínea.
Pensei: Vou ter a minha um dia...
Só fui ter a minha primeira moto depois de casado. Meu pai havia me dito que não me daria, pois não queria se sentir responsável pela minha morte. Eu tentei argumentar, mas no fundo se acontecesse alguma coisa o Véio não ia se perdoar, então foi melhor assim...
As primeiras motos eram motos utilitárias, pequenas cilindradas, mais para transporte dentro da cidade, mas de qualquer forma o prazer de andar de moto estava ali. Não me importava de ir trabalhar, a banda já valia a pena. Depois de um tempo fui aumentando as cilindradas, estava na hora de começar a ir para viagens mais longas.
A primeira viagem longa foi para Florianópolis, fui com uma Twistter 250 cilindradas, de 5 a 6 horas de viagem, na verdade nem senti. O prazer de pilotar aliado ao lugar onde estava indo fazia com que viajasse com o sorriso estampado no rosto. Tudo era motivo de alegria e confesso que naquele mesmo ano fiz várias viagens em finais de semana prolongado. Me lembro até da última vez que fui, foi em um período entre natal e ano novo. Quando estava voltado parei em um posto de gasolina e do meu lado chegaram várias motos esportivas. Um dos pilotos perguntou para mim:
- Está indo para Porto Alegre?
Respondi que sim.
Tu é Guerreiro disse ele.
E segui a viagem de volta.
Tempo bons...
Depois a vida seguiu, família aumentou, compromissos e outras responsabilidades me fizeram a vender a moto, passei um bom período sem andar. Até que um dia o destino me sorriu novamente, me separei e com a chegada dos 50 anos resolvi voltar com minha antiga paixão. Só que desta vez uma moto que seria minha companheira pelo resto da vida. E quis o destino que a minha (La Negra) Royal Enfield Interceptor 650 fosse a escolhida.
Hoje piloto feliz pelas ruas de Porto Alegre, pelas praias e pelas cidades aqui do Rio Grande do Sul. Sempre que me perguntam se vou de carona ou de carro eu sempre digo: Não, vou de moto.
Agora só esta faltando colocar em prática uma promessa que fiz ainda em fevereiro de 2020. Voltar ao litoral paulista. Gostei de lá, conheci alguns lugares e outros ainda faltaram, quero ver se pego a semana do carnaval, curtir praia com folia. Mas desta vez não vai ter para ninguém, pois vou de moto neném....kkkk
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