Se apresente, por favor.

Quando o elevador está subindo, com a porta do quarto fechada, sozinha(o) em casa assistindo filme, almoçando na sua cozinha, no escritório, quando ninguém vê. 

Exatamente nesses momentos não temos nossa privacidade observada e podemos ser ou fazer o que bem entendermos. 

Não entrarei no mérito religioso no qual eu creio de que Deus tudo vê, não é esse o caso aqui.

Alguém já disse que se pudessem ouvir ou saber nossos pensamentos, estaríamos lascados. 

Eu aposto que, algumas vezes, você mesmo quis esconder o que pensava com medo de que alguém soubesse. 

A invasão da nossa privacidade nas redes sociais, ou em alguém mexer nas nossas coisas, não é nada perto do que levamos em nosso pensamento. 

Eu vou deixar claro aqui que, na minha opinião, todos somos fracos, todos. Não acredito em caratér 100% correto, nem em boa intenção sem mancha ou interesse. Não estou dizendo aqui que, não existam situações nas quais somos 100% verdadeiros e não temos real interesse para fazermos o bem. Quero chegar naquele ponto que ninguém, ou quase ninguém admite, somos pecadores.

Pecamos na omissão, na falta de vontade, de caráter, de verdade, em fazer por obrigação, em sorrir com vontade de mandar o outro se lascar, nas aparências.. Somos humanos. Se fôssemos perfeitos não precisaríamos melhorar à cada dia, passarmos por aprendizados diários para lá na frente, estarmos mais condizentes com o que queremos.

Concordando com o texto do Ademir, não queremos que vejam nosso lado feio, queremos mostrar o melhor de nós. Ninguém quer mostrar a cara amassada pela manhã, ou comer vorazmente aquele sanduíche na frente dos outros, ficar de cabelo sujo ou barba por fazer ou soltar um "pum" na frente de quem se ama - ok, não falaremos pós-intimidade, não queremos ser pegos de "calças curtas" em nenhuma situação - isso caí em outro texto onde poderemos falar sobre imagem.

Mas o que eu quero realmente te perguntar hoje é: Quem é você quando está sozinho? Quem é você quando ninguém está perto? Quem é você quando ninguém te vê?

Você sabe responder?

Rachel Kizirian