Depois de algumas semanas afastado e sem tempo nem cabeça para publicar algo digno de nota, estou de volta para tentar expressar o que ando sentindo e pensando a respeito de tudo que está acontecendo nas nossas vidas.
Não tem como refletir sobre a própria vida sem levar em conta o que está acontecendo ao seu redor. Seria uma espécie de alienação. Ás vezes um pouco de alienação é até necessário, mas mais no sentido de distanciamento do que qualquer outra coisa; ver a realidade e fingir ou ainda pior, negar a verdade dos fatos ou ainda tentar de alguma forma contornar as circunstâncias e fazer passar aquilo no que acreditamos, uma tentativa de burlar a realidade, me parece sempre como uma trapaça; e a trapaça intelectual que forjamos e tentamos erguer para nós mesmos e ainda pior para os outros, é de alguma forma, na minha opinião, um ato de baixeza moral, hipócrita, desonesta e que revela aquilo que pior nos habita.
Pois senão vejamos. Antes um pouco de conceito: segundo o pensador francês Paul Ricouer , escrevendo sobre linguagem e interpretação, diz que " A questão aí é de compreender como o erro é possível, isto é, como é possível dizer o que não se verifica, se falar significa sempre dizer alguma coisa. "
Óbvio que depois deste breve esclarecimento do mestre Ricouer, estou me referindo a figura cada vez mais patética do Presidente da República. Esta viagem aos EUA traz consigo e aos olhos de todos e o Mundo, uma figura caricata de um presumível líder de um país ( sempre recuso o termo Nação, porque não somos ) ) que teima em querer impor o seu estilo e ideário ideológico inacreditáveis.
Para quem viu o vídeo ( quem não viu o faça, é surreal ) da entrevista com o Premier britânico Bóris Johnson, nos dá a sensação que fomos presenteados com um humorista de stand up comedy; só que ele é o Presidente do Brasil. da grosseria típica e total falta de educação formal básica ( que muitos seguidores entendem erroneamente como politicamente incorreto ) culminando com a negação da vacina e de assumir publicamente que não tomou ( sendo por isso proibido de entrar em restaurantes pelo decreto do prefeito de NY, com a cena patética de ter que comer na calçada de um restarante junto com seu séquito de bajuladores ) e chegando no igualmente inacreditável discurso na ONU.
Não vou entrar em discussão política. Não é o caso aqui. O que me interessa e é o tema da minha reflexão para vocês que me dão a honra de ler e perder um pouquinho de tempo, é aquilo que referiu lá no início Paul Ricouer: o que leva as pessoas a acreditarem em discursos e falas que não se conectam aos fatos e a realidade ? é isso que eu tento modestamente entender, porque tentar entender e aceitar o que o Presidente fala e acredita, honestamente eu nunca tentei.
O mundo é bastante complexo e confuso, disso acho que todos concordamos, mas é fundamental saber distinguir racionalmente a verdade, ou aquilo que mais se aproxima dela, deste mundo de mentiras, fantasias, conspirações e em enfim, fake news . Me parece que o sr Bolsonaro personifica tudo isso, mas ainda assim, é apenas e tão somente a minha opinião pessoal; em um mundo de extremos cada vez maiores e polarizações, não importa no fundo saber e se posicionar de um lado, mas sim enxergar e compreender aquilo que de pior e melhor ambos tenham a oferecer, e aí tentar opinar e julgar...
Eu acredito naquilo que vejo ou sinto. Não perco tempo com discursos políticos, não vi ainda nenhum que falasse a verdade. Mais patético que o Bozo só o Biden que disse que vai usar da diplomacia com o Talibã....ahahahahahaahahaha
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