Transformação ou evolução?

 

Esse texto abaixo foi escrito pela minha namorada que me enviou pelo whats. Ela me conheceu em 2007 em uma época conturbada da minha vida e neste ano nos reencontramos.

Ensina-me a escrever...

Eu olho para ele e as vezes me dá a sensação que aquele outro está lá dentro, espreitando, louco para sair. Mas na maior parte do tempo é o homem que conheci agora. A nova versão, se posso dizer assim. Só espero que o outro não volte.

Ontem ouvi um “eu te amo” e pensei: “eu não ouvi direito” aí pedi para repetir e para minha surpresa ouvi novamente. Quando entrei fiquei pensando em que momento ele foi abduzido e colocaram outro no lugar. Mil vezes mais amoroso, gentil, parceiro, mais preocupado com os sentimentos dos outros. Até mais amigo.

Eu escutei a música do Oswaldo Montenegro “Me ensina a escrever” e imediatamente lembrei dele. Lembrei do quanto a paixão dele pela escrita me tocava. Ele nunca soube que os poemas, as músicas, as longas conversas incorporavam em mim. Ele nunca soube o que eu sentia...não deu tempo para falar e também ele não ia entender.

E o jogo de xadrez? Que novidade para mim. Ele joga! Agora eu sei, ele sabe também... A vida dá tantas voltas, mas desejo que a nossa vida dê a volta certa para nós.

Pois então.

Relatos assim fazem com que eu me sinta mais perto do caminho que escolhi para trilhar. Essa transformação vem sendo feita ao longo dos anos. Já havia um caminho neste sentido, mas o que acelerou o processo foi o meu filho Felipe (que para quem ainda não sabe ele tem autismo). Pois bem, como disse antes já havia um caminho neste sentido que ficou muito mais evidente diante da pureza e simplicidade do meu filho. Diante de vitória em cada processo e que por mais pequena que seja aos olhos de outrem é de uma enormidade para mim. Comecei a não me importar com coisas que não serão resolvidas, coisas inúteis, nem com coisas que fogem da minha compreensão. O amor é mais importante e essa é a  maior transformação.

Partindo disso tenho certeza que as pessoas podem mudar, se assim desejarem é claro.

Esses dias li que a melhor religião é fazer o bem. Vamos dizer que estou nessa também.

Coloquei o texto dela porque me conheceu antes e hoje me vê diferente, talvez ainda com alguma desconfiança, mas querendo que isso tudo seja a nova realidade.

Da minha parte só posso dizer que estou feliz. Estou feliz da pessoa que me tornei. Estou feliz porque estou leve. Estou feliz por ser livre. Estou feliz por amar e ser reconhecido por isto.