Para começar, vamos analisar: - Será mesmo que os jornais nos contam mentiras? Ou nós que estamos cada vez mais viciados em redes sociais, blogues e memes que chegam às nossas mãos e se ajustam à nossa maneira de pensar?
Há algum tempo, há pouquíssimo tempo, nós recorríamos aos jornais para tudo. A notícia, a programação do cinema, a previsão do tempo, a fofoca dos famosos, o próximo capítulo da novela. Será que os jornais mudaram ou os discursos de ódio e manipulação da informação que cresceram via Internet e nos alcançaram rápido demais?
Temos a tendência a acreditar nas pessoas mais próximas e naquelas que possuem um pensamento alinhado ao nosso. Em tudo. Não costumamos ter um amigo que não seja, no mínimo, um pouco parecido conosco. Em geral, ele gosta das mesmas coisas, ou das mesmas músicas, vai aos mesmos lugares ou é politicamente perfilado a nós.
Vivemos um tempo muito estranho. Pessoas inteligentes e instruídas xingam jornalistas de "comunistas". Tacham as mulheres repórteres de vadias e até o presidente da república direcionou palavras de baixo calão a uma jornalista que noticiou disparos de campanhs eleitorais pelo whatsapp. Tristes tempos em que blogues, vídeos falsos e textos ideológicos têm mais credibilidade que os fatos reais.
Esses dias recebi, por whatsapp (o paraíso das fake news), um vídeo sobre uma possível guerrilha sendo formada pela "esquerda" na Bahia. A primeira cena é o Willian Bonner anunciando algo que foi totalmente falsificado. E depois, imagens de treinamentos de guerrilha. Onde? não faço ideia. Possivelmente na Colômbia. Mas o senhor da Virgínia (Olavo de Carvalho), o guru da molecada violenta e sem noção, teria compartilhado. Notem: Teria... E viralizou. Há que se ter cuidado...
O Whatsapp, o Facebook e o Instagram já possuem algum filtro para notícias falsas. Mas é necessário ter cuidado com o Telegram, Twitter e outras plataformas. Não repassem mensagens sem ter certeza da veracidade dela. Assim, já começamos a batalha contra a desinformação e a manipulação da opinião pública.
Eu não gosto da maneira como alguns jornalistas trabalham. Nem da forma como alguns jornais se posicionam. Mas tento não matar a única coisa que nos resta, a notícia. Temos que trabalhar para que ela não seja a primeira vítima da manipulação da opinião pública. As divergências políticas existem desde sempre. Mas as divergências na hora de noticiar um fato não não podem existir.
Não acredito em jornalistas que se posicionam politicamente em público. Se for um colunista de opinião, tá tudo bem. Mas se for repórter, esse tem que ser imparcial. Seu único posicionamento deve ser ouvir todos os envolvidos numa história e noticiar.
Não deixemos nos levar por textos ideológicos e discursos inflamados. Sejamos cautelosos, pois em um tempo onde "cancelar pessoas e CPFs é bonito, é discurso aplaudido, nada de bom pode acontecer. Talvez isso seja uma clara mostra de que o mundo anda doente. Muito doente. E nós somos parte da cura.
Bah... Hoje diria que não estou nos melhores momentos para comentar sobre nossa imprensa. Acompanho o noticiário, mas esperança de mudança essa perdi faz tempo. Única coisa que penso é viver o tempo que tenho da melhor forma possível...
ResponderExcluirJá fui muito influenciado politicamente. E me dava dor de cabeça às vezes, fazia mal. Mas ela está presente, em quase tudo. Apenas diminuí as buscas na Internet à respeito.
ResponderExcluirPerfeito ! O problema e a questão é que o atual governo descobriu a forma quase perfeita de disseminar seu programa e ideologia, o whatsapp, em confronto com a imprensa que vai no sentido oposto, cenário perfeito para o que estamos vivendo... Tempos muito difíceis e estranhos
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