Adeus, China



Hoje vou falar de um dia livros mais bonitos que li e um dos preferidos: Adeus, China - O último bailarino de Mao.

Quer saber mais sobre livros, corre no meu Canal Literário, inclusive, hoje saí vídeo novo:

https://youtube.com/c/PegaumLivrooficial


Vamos ao livro: 

 A história de Li Cunxin fala muito mais que só de um bailarino, fala sobre seu país, a cultura, hábitos, e formas de pensar daquela nação, sobre a miséria, pobreza, e dificuldades. 

Fala também sobre como o regime comunista influenciou a vida das pessoas, as estratégias de comunicação, propaganda, e da imprensa para garantir com que a imagem de Mao fosse consolidada na mente de cada chinês. Como foi o choque para a nação quando Mao faleceu, e como sobre esse regime, se pretendia usar a arte como arma política, razão pela qual vários crianças foram recrutadas para serem dançarinos, como Li.  Que por pouco seria deixado para trás se não fosse sua professora que perguntou ao recrutador "E que tal ele?", e assim a história de Cunxin começa de um menino que fora separado tão cedo de sua família, privado ainda mais da pouca liberdade que possuía para uma rotina dura de treinamento em vários estilos de dança, aulas sobre política, gritos de professores, e solidão

 Uma autobiografia, ele descreve a miséria triste e cruel – nessa parte do livro eu descobri o real significado da miséria – da China sob o regime ditatorial de Mao e como um jovem conseguiu superar todas as barreiras e mudar completamente sua vida

Um menino de 11 anos que saiu de um vilarejo espantosamente pobre do nordeste da China, para estudar balé.

No início, ele nem sabia direito o que era dançar balé. Estava assustado e solitário e odiava a rigorosa rotina de treinamentos, mas entendia que ali teria trabalho e comida garantidos, ao mesmo tempo que servia ao chefe Mao, a quem idolatrava, e era motivo de orgulho para a família. Assim, se empenhou em aprender e com extraordinária força de vontade e autodisciplina se revelou um dos maiores bailarinos daquela Companhia.

A ditadura de Mao manipulou a infância do bailarino e toda população chinesa, os fez acreditar que a China era privilegiada, que nenhum outro país vivia tão bem quanto eles, manteve toda a população cega, calada e reprimida. E foi este mesmo governo que permitiu que Li Cunxin conhecesse o mundo e se deparasse com o Capitalismo, que retirou as vendas de seus olhos e o fez enxergar as mentiras manipuladas da política de Mao, que o levou, juntamente com outros amigos, aos Estados Unidos para estudar balé por três meses. Esses poucos meses foram suficientes para encantar o jovem bailarino de Mao e fazer com que seu destino tivesse uma reviravolta.

Ele conheceu sua esposa, a bailarina australiana Mary McKendry, enquanto dançava em Londres. Eles se mudaram para a Austrália em 1995, onde Li se juntou ao Australian Ballet como dançarino principal. Após a aposentadoria, ele trabalhou no mundo das finanças como corretor de ações, mas o balé estava sempre em seu coração e, em 2012, assumiu a direção artística da Queensland Ballet Academy, cargo que ocupa até hoje.

É uma história de superação, de garra, de determinação e de muita luta. É um relato sobre família e os valores que realmente importam. A narrativa de Li é linda e real história de amor, que me levou às lágrimas por diversas vezes.

Um dos livros mais lindos que já li, ninguém sai dele do mesmo jeito que entrou!

Recomendadíssimo!


Por: Rachel Kizirian

Comentários

  1. Menina, eu sempre tive uma imensa dificuldade de entender a China. E os chineses. Há um misto de miséria e riqueza inacreditável. A disciplina e resiliencia me encantam. Vou ler esse livro! Obrigada

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