Afinal o que nos move em direção ao poder? Você aí têm sede de poder ou isso passa longe? Nunca sentiu esse gostinho? O poder, em suas várias formas implica várias coisas, e mesmo pra quem já foi ou é chefe, exercer autoridade é uma sensação, que dependendo do caráter e personalidade, mexe com nosso ego e vaidade.
Em 1814, quando o general alemão Blucher viu os palácios de Napoleão, exclamou: " Ele deve ser um tolo. Tinha tudo isso aqui e teve que correr até Moscou !" Napoleão, que afinal também tinha uma boa dose de vaidade, quando teve que escolher, preferiu o poder. Já para Blucher essa escolha não passava de tolice. A sede de poder como a vaidade, nunca ficaram satisfeitas. Talvez pudesse sossegar chegando a onipotencia. Sendo ainda, em geral, o vício de homens enérgicos, a eficácia da sede de poder está completamente desproporcional em comparação a sua frequencia. Na vida de homens importantes ( e também mulheres ) esta é sem dúvida nenhuma, a mais forte das motivações.
Quando em tempos idos, as senhoras abastadas podiam facilmente contratar um grande número de criados, a satisfação que elas provavam exercendo seus poderes sobre a criadagem aumentava gradativamente com a idade. Isso é histórico. O mesmo acontece em qualquer regime autoritário onde quem detém o poder se torna sempre mais tirano, por experimentar as delícias que o poder consegue lhe conferir. O poder sobre outras criaturas humanas se manifesta mandando que elas façam o que elas prefeririam não fazer, e por isso o homem motivado pela sede de poder, inflige com mais frequencia, sofrimento do que distribui alegrias. Se você, por algum motivo perfeitamente justificado, pede ao seu chefe para lhe dar licença para se ausentar do escritório, a sede de poder ficará muito mais satisfeita em recusar do que consentir. Se você precisar de uma licença para construir, o pequeno funcionário incumbido terá mais prazer em lhe responder " não " do que " sim ". E é por isso que a sede de poder é uma motivação realmente perigosa. Há uma outra faceta que eu considero mais positiva. A procura pela sabedoria é impulsionada sobretudo pela sede de poder. O mesmo vale para todos os progressos conseguidos no campo científico. Mesmo na política, um reformador pode ser motivado por uma sede de poder tão forte quanto a de um déspota. E basta olhar para nossos líderes políticos para se constatar que são movidos por esta sede. É exercendo o poder que se toma gosto pelo poder. Condenar a sede de poder enquanto motivação seria, um erro grave. Se suas capacidades forem teóricas ou técnicas, você poderá contribuir para a sabedoria ou para a técnica e suas atividades serão, regra geral, bastante úteis.
Existe um tipo de homem com sede de poder que é o mais puro. Sem dúvida, este tipo é a iminência parda, o poder na sombra do trono ou do líder. Exemplos históricos como o Barão Holstein na Alemanha antes da Primeira Grande Guerra, são notáveis por isso; o Barão vivia num cortiço e nunca aparecia em reuniões sociais, não ia a nenhum grande evento ou festa dada pelo Imperador, mas possuía segredos que lhe permitiam fazer chantagens com o chanceler e íntimos do Imperador. Ele usou esse poder não para obter riquezas ou honrarias ou quaisquer outras vantagens óbvias, mas simplesmente para exigir que a política externa tomasse o rumo por ele preferido.
Notável não? Bem diferente das nossas iminências atuais, no cenário político, que estão sempre buscando tirar vantagens financeiras de suas informações ou fofocas, ou intrigas que geram algum tipo de repercussão positiva ou negativa na busca pelo poder...
Afinal o que move o Bolsonaro? O que move nossos líderes políticos? São perguntas que devemos fazer sempre antes de votar... Ou soframos então as consequencias ...
Por Ademir Silva
Poder depois de alcançado modifica quem o alcançou e muitas vezes essa sensação não quer ser perdida, tanto que para muitos vira obsessão manter o status quo.
ResponderExcluirAcho que sede de poder move a todos nós. Visto que abnegação é uma utopia quase inalcansável.
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