São apenas coisinhas.

You've got Mail

Ficar de molho durante esses dias, me lembrou tempos de criança.

Ficar de cama era sinal de ser cuidada e poder ter ou fazer coisas que, geralmente, não podia.

Até hoje não entendi o não poder brincar com minhas bonecas, as que mais gostava. Elas ficavam em cima do guarda-roupas e,  quando perguntava quando poderia brincar, minha mãe respondia: "quando você ficar mais velha".

Mas quando eu ficar mais velha não vou querer.... Pensava.

Ficar doente era ter minha mãe me perguntando se queria alguma coisa diferente e eu, aproveitava para com jeitinho, para pedir meu chocolate preferido da época: "mãe, pode ser um Toblerone"?

E lá vinha ela com o chocolate - que era mais caro dos que os comuns. 

Ficar de cama era não fazer nada e querer fazer tudo. Era querer que a doença fosse embora mas que aquele carinho e atenção continuasse, era sentir falta das brincadeiras, mas gostar daquela atenção dada.

Até hoje fico me perguntando o porquê de não me deixar brincar com as bonecas e também do porquê das pessoas esperarem para usarem coisas da casa ou esperarem uma ocasião especial para fazer alguma coisa. 

Até hoje me pergunto porquê de esperar alguém adoecer para dar carinho e mostrar atenção.

Mas deixemos para lá às perguntas, porque o melhor é que dá para mudar. 

Deixe as crianças brincarem agora, se quebrar, quebrou, use suas coisas, não espere, dance em plena segunda-feira ou não faça nada na sexta. Ande de mãos dadas ou fique sozinho, abrace, sonhe, se irrite, passe horas ouvindo música ou desenhando, fotografe guarde memórias, diga ou fique quieto. Viva.

Viver é bom, mas aproveitar a vida é o melhor remédio!

(A imagem é de um dos meus filmes preferidos da vida que quero rever mas está bem difícil de achar)

Coisinhas que fazem a gente feliz