Eu gosto de rotina.
E às vezes dou Xeque-Mate.
Com três meses no emprego, clima pesado, colegas me deixando insegura me dizendo que alguém ia "rodar". E vocês sabem, começo é insegurança. Esse clima durou uns 20 dias.
No dia do pagamento, empresa pequena, ao receber, sou direta:
- vocês estão gostando do meu trabalho?
- Sim - me olham com um ponto de interrogação na testa - porquê?
- porque o clima está estranho, vocês não falam se estou de acordo com o que esperam, preciso saber. Vocês pretendem me demitir?
Nessa hora, pego minha carteira e coloco em cima da mesa.
- Se forem, fiquem à vontade.
Sete anos se passaram. Estou lá até hoje.
Começava um relacionamento, ainda não tínhamos nos encontrado, íamos passar o Réveillon juntos. Na conversa no MSN, o telefone atrás da tela toca e percebo que existe uma relação não finalizada.
Taxativa: - É o seguinte, você realmente está a fim de ficar comigo?
- Claro!
-Então, resolva essa situação. Para ficar com você, preciso da sua certeza, quer, quer, não quer, não me enrola.
Casei com ele.
Eu gosto da certeza, nunca fui muito de adivinhações. Preto no branco, certo e errado, a dúvida não me deixa confortável, não impulsiona, sabe assim? Pelo contrário, jogo a toalha.
Abrir a guarda, retroceder.
É como jogar xadrez, tem que jogar as peças certas para não ser engolido.
Não gosto de xadrex.
É pensar demais, eu sou intuição.
A vida é simples. Nós a complicamos.
A vida não é um jogo. Blefar não é a solução. Esconder o jogo muito menos. Se não tá afim, tchau. Se quer, agarra. Fazer "média" não é comigo, em qualquer área da vida.
Voltando ao serviço, depois de 1 mês em casa, sou taxativa novamente: - Dra, ainda estou dentro ou vai ter uma demissão? Ela me olha, sorri e pergunta de onde tirei essa ideia. Sim, ainda estou dentro.
Sou assim e acho realmente que esnobar é exigir café fervendo e deixá-lo esfriar.
E eu odeio café frio.
(Rachel Kizirian)
Eu gosto de xadrez....kkk. Perfeito. Gosto de pessoas diretas...kkkk
ResponderExcluirOi Quel, tema importante e direto. Assumir uma posição é necessário.
ResponderExcluirXadrez é um tema frequente em nosso cotidiano, atualmente. Seja pra falar de política, quando o governo faz alguma “articulação”,ou para mencionar a importância de nossas escolhas. Inspirado nesse tema, vou contar uma experiência que tive com o xadrez, envolvendo a modéstia.
ResponderExcluirTudo começou entre jul/ago de 2003. Na escola havia um professor de educação física que ensinava aos seus alunos a prática do citado jogo. Isso depois da aula de educação física, o aluno que quisesse ficar depois da aula para aprender, era bem vindo. Eu era aluno da tarde, e essas aulas de xadrez eram ministradas para os alunos da manhã. Mas curioso que sou, me interessei pelo jogo, por ser um jogo com uma variedade de movimentos para as peças. Eu e um amigo convencemos o dito professor, a nos ensinar durante os intervalos das nossas aulas.
Um mundo novo, se mostrava, mas ainda precisava conhecer uma tal de modéstia.
O tempo foi passando, eu aperfeiçoando o meu jogo.
O ano era 2006, e eu entrei para uma escola renomada e famosíssima no bairro inteiro. O Liceu Piauiense. Fiquei feliz, por ver que lá haviam excelentes jogadores, mas nenhum igual a mim (ainda não conhecia a modéstia, lembra?). Os alunos fizeram em alguns bancos, desenhos de tabuleiros, quem fosse jogar, só precisava levar as peças. jogávamos por diversão, e uma multidão se formava ao redor, para assistir.
Fazíamos “pareias”, o perdedor, dava lugar à outro. Eu tirava mais do que era tirado (vencia mais). O que só aumentava meu ego.
Certa vez, percebi um senhor, magro, de óculos e com alguns livros embaixo do braço, assistindo a uma de minhas partidas. E lhe perguntei,
O senhor joga ? - Nunca vou esquecer a resposta daquele modesto cavalheiro,
“ Eu sei mover as peças”
O citado senhor, era professor de inglês, e pedi pra jogarmos uma partida. Ali fui apresentado à modéstia.
“Quanto maior é, maior a queda”. Eu que estava com o ego nas alturas, e já perdia a primeira partida para o professor de inglês.
“Foi sorte” - Pensei.
Por todo o resto do ano, eu nunca ganhei se quer uma única vez daquele professor, que apenas sabia “mover as peças”.
Aprendi minha lição, e gostaria de dividir esta experiência. Hoje eu sou jogador amador de xadrez, e jogo apenas por diversão. E sei que, se quer sei mexer direito as peças. Boa semana à todos!