Cada um, cada um

  

Pessoas perfeitas não existem.

Ainda bem.

Elas falam alto, são atrapalhadas, deixam a tampa do vaso levantada, têm manias irritantes e medos sobressalentes. 

Elas queimam o arroz, não fazem bolos perfeitos, tem espinhas no rosto e marcas de expressão.

As pessoas não são perfeitas.

Elas não demonstram sentimentos da mesma forma que você, nem se entregam com facilidade, como você se entregaria.

Algumas pegam o caminho errado, são turronas e nem tão inteligentes. 

Umas são mais doces, outras mais azedas, têm aquelas que acompanhará as séries com você, outras que preferem a solidão, algumas são dos livros, outras dá bagunça, algumas acompanharão seu raciocínio, outras, nem sabem do que está falando.

Elas esquecem de apagar a luz, deixam toalha na cama, não gostam de lavar a louça, tomam banho demorado e não falam o que você quer ouvir.

Elas têm dores, carregam cicatrizes e algumas marcas profundas. Mas a verdade mesmo, é que elas só querem que alguém as carregue no colo, faça um cafuné e  que consiga enxergar o que ninguém enxerga.

As pessoas não são perfeitas, sabe?

Ufa, que bom!

O melhor de você não ser perfeito - como acha que seria perfeito - é que eu também não sou, e assim, podemos andar juntos, tropeçarmos naquele buraco e pedir desculpas, de cara.

 As pessoas não vão completar nossas frases, nem conhecer tudo que conhecemos.

A bagagem delas sempre será diferente, elas saberão bem mais e sempre estarão à frente.

Pode ser que uma delas te tire para dançar mesmo sem saber dançar, te fazendo perceber, que essa pode ser a melhor dança da sua vida...

Aproveite.

Rachel Kizirian