Conversinha numa sexta de sol

  

Segunda sexta-feira de um ano novinho. E me diz, mudou algo por aí? Aposto que seus dias estão bem iguais, o trabalho continua o mesmo, a vida vai se indo e você está pensando no marasmo dos dias.

Calma, pega uma cadeira, vamos dividir histórias, me fale sobre o tempo ou sobre um sonho de sua infância. Pode me ensinar algumas coisas que eu realmente ficarei feliz. 

Você gosta de bolo? Qual o seu preferido? 

Espera aí, vou pegar um café, tem um pedaço de panetone com gotas de chocolate aqui, mas deixa te contar, eu prefiro o de frutas. 

Como assim, você não gosta de panetone?

Ontem passei no dia inteiro fora, entre  microfones e conversas e percebi que esse ano já mudou, sei lá como se deu, mas está acontecendo. Será que sou eu ou algo que mudou aqui?

Ah queria ir à praia mas hoje tenho médico, de novo, está tudo bem, é só rotina. Ainda estou de férias, acho que por isso minha felicidade...

Ah sim, a alimentação está caminhando, meio kilo em seis dias, não é muita coisa mas, já é alguma coisa, não é?

Estou confiante, a vacina está chegando, a vida está correndo.

O que você vai fazer hoje? 

Os gatos por aqui estão tranquilos, eu contei que tem outro que invade o quintal e entra na cozinha para roubar comida? Safado ele.

Eu sei, você tem que ir, que seu dia seja bom. Eu também irei resolver as coisas aqui...

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São pequenas coisinhas que mostram nossa vida, são pequenos momentos que acalentam a amizade: são coisinhas corriqueiras, talvez sem importância, que muitas vezes, mudam de hora para outra. São essas coisas que nos mostram que a vida é única e nada é igual, são exatamente elas que aproximam ou afastam pessoas.

Sou eu, é você e a vida no meio de tudo.

Se o teu ontem não foi tão legal assim, desejo que tudo se arrume.

Releia o texto, responda minhas perguntas, olhe ao redor.

Há beleza no cotidiano, basta você olhar.

[Quel Kizirian]