Conto de Verão - Segunda parte...

 

Os dois ficaram a tarde toda conversando, falavam de tudo que se podia naquela idade, Max recém completara 18 anos. Ele ficou sabendo onde Ju morava e lhe disse que um dia apareceria na casa dela. Ju contou-lhe muito mais coisas, aos 15 anos Ju já não era tão ingênua, mas ficou intrigada com aquele magrelo de cabelos loiros que tinha um ar de moleque misturado com uma certa timidez peculiar.

A tarde acabou e eles se despediram e foram embora, como ainda era final de ano e a greve dos professores tinha prolongado as aulas, Ju ainda estava cursando o ensino médio em uma escola perto da casa do Max, Max por sua vez estudava a noite, recém entrará na universidade, tinha já cursado um semestre.

No outro dia Max acordou e lembrou da Ju, seu amigo que tinha lhe apresentado passou na casa dele e falou: Meu vamos pegar a saída do colégio, tem um monte de gatas lá inclusive a Ju. Palavra chave para que Max se arrumasse e partisse para ver a saída do colégio administrado por freiras.

  Max  chegou e ficou sentado no banco da praça em frente ao colégio. Logo deu a saída da galera. Max procurava Ju no meio da multidão e quando a vê ele não tira os olhos dela. Por sua vez Ju vê Max e caminha em sua direção. Ela vem carregando os livros em frente ao peito, com uniforme do colégio, com sorriso no rosto e aqueles olhos azuis brilhantes. O mundo parou para Max, nem percebeu mais nada a sua volta, parecia que só existia ele e aquela menina-deusa a sua frente.

Conversaram mais e Max ficou sabendo mais ainda sobre a Ju. Ficou sabendo que ela veraneava em Tramandaí, que tinha uma irmã mais velha e outras coisas de família. Ju se despediu de Max pois ainda tinha que almoçar e ela tinha que pegar o ônibus. Max deu os três beijinhos característicos do sul e se despediu.

Ju entrou no ônibus e se foi. Max olhou ela indo embora, voltou a pé para casa, procurando entender aquele novo sentimento que começava a fazer seu coração bater forte e sua alma  ferver...

As aulas estavam chegando ao fim. Max ia todos os dias da semana esperar para ver a Ju na saída do colégio. Alguns minutos do dia com a Ju era o suficiente para alegrar o dia do Max. Ele percebeu que estava gostando realmente da Ju, mas a timidez ainda era um empecilho para que ele pudesse ter a segurança de falar isso com ela.

Com o término das aulas Max não conseguia mais ver a Ju e nem saber como ela estava, ele de pronto não se aguentou e partiu para casa dela para vê-la de qualquer maneira. Chegando em frente a casa ele relutou, mas o desejo de ver a Ju era maior que seu medo e apertou a campainha. A própria Ju foi que atendeu, ficou surpresa, apesar das conversas de Max na saída do colégio, não imaginava que ele pudesse aparecer ali. Ju ficou intrigada e não se conteve lascou a pergunta: Porque você veio até aqui? Max pensou mil coisas em 10 segundos, mas o que pareceu menos agressivo foi: gosto de conversar com você.

Ju então falou que nos próximos dias estava indo para praia e que tinha iniciado um namoro com um rapaz de 23 anos. Aquilo foi murro nos peitos de Max, mas seu calculismo veio a tona e não deixou transparecer o golpe. De qualquer maneira pegou o endereço da praia onde ela estaria. Antes de acabarem a conversa Ju disse que gostava também de conversar com ele.

Noutro dia o amigo de Max aparece na casa dele. Disse que tinha encontrado a Ju e que ela lhe teria dito da visita dele na casa dela. Falou que achou estranho, mas que gostava da companhia do Max.

Max não pensou duas vezes, a vontade de ver Ju e de estar perto dela era maior que qualquer coisa. A família de Max tinha uma casa no litoral gaúcho, uns 35 km da onde estaria Ju. Max disse ao seu amigo: Amanhã estou indo para praia...

E se foi com o coração cheio de esperança, agora ele já sabia que tinha saído da fase do conforto e entrado no perigoso campo da paixão...

(por XAndi guilaMelon)