A menina sonhadora
A mulher realizada num castelo da Hungria
Eu sempre fui uma sonhadora.
Desde pequena sonhava com coisas que, nem de longe, eu poderia fazer.
Queria conhecer castelos, passear entre as princesas da Disney, conhecer o Central Park, olhar a torre Eiffel e a de Pisa.
Eu queria tocar na Pietá e ser abençoada pelo papa. Ou, no mínimo, entrar na basílica de São Pedro.
Quando eu era garota, eu rodopiava fingindo ser uma bailarina. Fazia estrelinhas e pontes, pulava pra lá e para cá com meu corpinho forte e magro, fingindo ser uma ginasta. Meu público não era num estádio olímpico, eram algumas poucas colegas ou a minha mãe, que gritava de dentro de casa para eu parar de fazer aquilo, pois iria me machucar.
Meus sonhos não paravam. Ganhei um patins de ferro, daqueles que a gente calçava com tênis, e voava. Para mim, o patins era uma bota branca e as ruas da vila militar eram os palcos iluminados das competições de patinação. Eu não tinha aquela saia rodadinha, era um short vermelho puído é uma camiseta amarela pintada por mim mesma, que eu fiz de uniforme de patinação.
Os natais. Ah, os natais!!!!
Meus pais não tinham dinheiro e se viravam como podiam para nos dar uma vida boa. E era boa!!!
Minha única queixa é que eu sonhava com uma árvore de natal, pois durante muitos anos não tivemos uma. Aí, o meu pai saiu pra comprar e trouxe uma árvore prateada com enfeites dourados.
Foi a decepção da minha vida. Eu sonhava com um Pinheiro verde de enfeites coloridos.
Mas a felicidade do natal era a mesma. Até com a árvore errada.
Eu dormia feliz porque sabia que meus pais iriam colocar algum presentinho sobre os nossos chinelos. É, nós não acreditávamos em Papai Noel...
Eu cresci e depois de muitos sonhos frustrados, realizei até mais do que eu jamais sonhei.
Fui na basílica e até me confessei com um padre que falava português, vi a torre de pisa, o big-ben, a torre Eifell e muito, muito mais!
Conheci um sem-número de castelos. Imaginei a vida nos tempos das rainhas e brinquei de ter sido uma serva. Rainha, eu? Nem pensar. Elas não tinham liberdade!!! As servas sim!
Conheci até castelos da Hingria e da Albânia!!!
Venci e venci. Acima de todas as coisas, agradeço aos meus pais por me deixarem sonhar. Por terem me dado uma infância sadia e cheia de alegrias.
Por ter tido natais pobres, mas muito felizes.
Este ano será o segundo natal sem minha mãe. Mas agradeço a ela por não ter trocado a árvore de natal prateada e ter me ensinado a lidar com minhas frustrações.
Bem, não muito, mas com a maior parte delas.
Desejo a você, meu leitor, um natal de bonança, de alegria e de farto amor! Que seus desejos frustrados virem vitórias!
Um feliz natal. Nas dificuldades é que os fortes aparecem. Bjs.
ResponderExcluirSigamos nos reinventando! Beijos
ExcluirFeliz natal!!!
ResponderExcluirLindo texto, Taís!
Coincidência ou não, aqui também não cultivamos a fantasia do noel.
Meus pais sempre deixaram claro que ele não existia. Beijos
ExcluirFeliz Natal, amiga! E aos poucos os sonhos vão se realizando, a vida vai acontecendo e a gente sorrindo. Um doce Natal pra ti! ❤️
ResponderExcluirFeliz natal para nos. Que seja doce. Sem engordar, claro.
ExcluirVocê foi mais um presente que a vida me deu. Obrigado por sua amizade ! E, continue a sonhar! Feliz Natal !
ResponderExcluirFeliz natal, meu amigo querido. Que bom que você chegou!
ExcluirSão os sonhos que nos impulsionam a viver a vida, mesmo sem papai Noel.
ResponderExcluirFeliz Natal !!
Muitas vezes eu gostaria de acreditar em
ResponderExcluirNoel, em coelho da Páscoa e etc. Mas meus pais eran bastante práticos. Heheheheh