O que te move?

Vamos ao clichê, mas entra ano, sai ano e a gente promete coisas que não vai cumprir, faz coisas que não prometeu e descumpre o que jurou solenemente cumprir. 

Eu não gosto de prometer. Assim como não gosto de mentir (porque vou me desmascarar) e não curto pedir desculpas.

Não acho que as pessoas devam me pedir desculpas nem perdão, porque não acredito, verdadeiramente, em arrependimentos. A gente se arrepende, não estou dizendo que não, mas nem sempre os pedidos de desculpas são movidos por arrependimentos. E nem sempre a gente vai aceitar os pedidos de perdão. Então, melhor agir corretamente com as pessoas do que pedir desculpas depois.

Eu não tenho uma personalidade muito fácil, mas sou uma pessoa boa na essência. Ou seja, se você procurar lá no fundo, vai encontrar algo de bom em mim... rsrsrs

O tema do meu último texto do ano é uma reflexão sobre o que me motiva. Sobre o que me motivou em 2020 é sobre que me moverá em 2021.

E quero te convidar para a mesma reflexão. O que te motiva? 

Um carro novo? Uma família? Um filho? Uma gata? Um cachorro? Uma casa nova? Móveis? Promoção? Passar num concurso? Um salário melhor?

Eu tive algumas prioridades ao longo da vida. Uma pesquisa sobre o regime militar que me moveu durante dez anos. A publicação dos meus livros, meus filhos em boas escolas, a educação deles, fazer com que fossem boas pessoas e bons cidadãos, ter uma casa, ir bem na carreira... confesso que fui bem em tudo isso. Fiz muito em muito pouco tempo. Mas fracassei em outras muitas coisas. Principalmente, fracassei em criar tempo para conviver com minha família. Meu trabalho era absoluta prioridade. Eu precisava de dinheiro, ganhava apenas o suficiente, mas a vaidade de ser uma jornalista e escritora de sucesso me arrastou ano após ano. Meus filhos cresceram, minha mãe se foi e meus irmãos foram pelos seus caminhos. Meu pai mora longe. E eu tento correr atrás do que posso para manter a proximidade e afetividade.

Ou seja, minha prioridade hoje é a família. Meu bem maior. 

Minha filha teve um AVC este ano. Passou por uma delicada cirurgia e durante o tempo da crise dela, eu só pedia ao meu Deus para me dar mais tempo com ela. Ele foi bom comigo e ela se recuperou.

Depois fui eu quem passou por momentos difíceis com um erro médico, também pedi a Deus por mais um tempinho para curtir meus filhos, minha família, minha cachorras idosas, meus sobrinhos pequenos e a alegria de partilhar a mesa com todos... prometi ser menos combativa, menos política e mais humana. Deu certo. 

Vi meu irmão policial salvar a vida de um bebê de 28 dias, que estava engasgado e senti que estou sendo atendida nos meus pedidos.

Ao fim desse 2021 de tantas perdas para tanta gente, mas tantas vitórias também, eu te pergunto: -  E Você, está aí?  O que te move???