Desde pequena gosto das brincadeiras mais simples, das roupas mais práticas e de pessoas diretas. Pessoas diretas são simples de lidar.
Meus pais eram simples. O meu pai ainda é, pois está entre nós e não mudou sua essência. Não éramos ricos, continuamos não sendo, mas sempre fomos abençoados. Nunca faltou nada. Não sobrava, mas não faltava.
Eu tinha duas roupas de passeio por ano. Meus irmãos também. um calçado de ir pra escola e outro para passear. E o chinelo. Desse, eu nunca gostei muito.
Tínhamos uma roça e de lá vinham as melhores diversões, passeios a cavalo, incursões no curral, leite puro, mel de abelha, arroz com casca, galinha caipira e frutas.... muitas frutas!!!
Minha mãe não era exímia cozinheira, mas era quituteira de mão cheia. Doces em compota, licor de jabuticaba, pão de fermento natural, e tantas outras coisas, que me enche a barriga de conforto só em lembrar.
Eu gostava de tudo! Menos de ver matar galinha. E principalmente, eu amava andar descalça. Eu herdei o gosto dos meus pais por queijo e doces. Bolos e pães. E comidas caseiras. Comidinha feita em casa. Com cheirinho de família, mesa cheia de gente e conversas intermináveis após as refeições.
Eu herdei a vontade de acariciar as pessoas com comidinhas gostosas no prato. Na falta do abraço, segue um feijãozinho bem feitinho e temperado com amor. (Sem sazon)...
Há alguns dias consegui voltar à cozinha. Depois de um mês fora do combate por causa de um erro médico, pude voltar a presentear minha família com algumas iguarias. E melhor, neste domingo, resolvi fazer uma pãezinhos de canela. O processo de sova e fermentação exige paciência - coisa que não tenho -, mas, por incrível que pareça, a panificação me deixa calma e paciente. A cozinha higieniza minha mente. É um processo incrível.
Contrariando todas as normas da cozinha, eu fiz meus pães descalça.
Adoro a sensação dos meus pés nos chão. Refresca. É energizante. Até os meus 15 anos, eu andava descalça na rua. Jogava bola e pulava corda sem sapatos. Depois achei que meus pés estavam ficando muito cascudos e acatei o conselho da minha mãe: - vá calçar o chinelo!!!!
Os pães ficaram ótimos. Aproveitei o embalo e assei uma focaccia. Também descalça. Acho que a liberdade é o melhor presente que podemos receber. Na minha cozinha, eu sou livre. Sou criativa. Sou eu mesma. E na minha cozinha, com os pés descalços, sentindo cheirinho de pão, eu me senti plena.
Viu? São coisas simples. Mas que me arrancam sorrisos de alegria e paz.
A simplicidade é felicidade...
ResponderExcluirCheguei a essa conclusão!
ExcluirAs coisas + simples tocam o coração. Dá a receita?
ResponderExcluirÉ muito gostoso, te ver fazendo o que gosta. Seu texto simples, simplesmente toca, cativa. A simplicidade é leve. Show de texto, Taís! Boa tarde!
ResponderExcluirMuito obrigada!!! Sempre bom te ver por aqui!
ExcluirCoisas simples que remetem a nostalgia, não precisa muito ! Muito legal !
ResponderExcluirPena que a maior parte das pessoas não saibam aproveitar as coisas mais simples!
ExcluirAs melhores coisas são as mais simples...
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