Sobre elogiar e apoiar.

Um dos assuntos que minha esposa, Kamilla Marinho, levantou outro dia foi: como as pessoas perderam a capacidade de elogiar o próximo. Então, começamos a discutir o fato de que hoje em dia muitos tentam minimizar ou desmerecer o mérito alcançado por seus amigos e familiares. 

 Fulano se formou? "-É porque papai pagou colégio particular.", "- Também pra me formar nisso, eu nem estudo..." Sicrana se casou? "- Esse casamento não vai dar certo!" ; "- O marido tem jeito de mulherengo!" Beltrano arrumou um emprego novo ou foi promovido? "- Deve ter sido indicação de alguém!" , "- Ele é puxa-saco !". Beltrana comprou uma casa ou um carro novo? "- Rá ! Olha aonde ela vai morar!", “”- Minúsculo o apartamento dele!”, "- Esse carro deve ser financiado! Ela vai se matar pra pagar!" 

O deboche, o sarcasmo e a inveja ficam evidentes. 

O engraçado nessa situação é que muitas vezes quem está criticando e desmerecendo o feito do amigo/familiar possui: condições financeiras melhores, maridos/esposas maravilhosos, empregos melhores remunerados e formações acadêmicas superiores,etc. Esses seres simplesmente destilam (pelo prazer de destilar) o mal e o veneno em suas palavras e gestos. 

O egocentrismo somado à maldade os impedem de ver que também fazem o bem a si próprios quando eles elogiam o próximo. A beleza que acontece quando uma palavra carinhoso e de apoio saem de seus lábios (ou dedos, ui!...tempos de internet). 

 Eu, sinceramente não espero elogios de ninguém, como digo sempre à Kamilla (que ainda se entristece quando vê um amigo desmerecendo o outro):"- Eles são humanos,não possuem a pureza dos animais." 

Procuro fazer a minha parte, elogio e apóio meus amigos e familiares. Tento ver, entender e enaltecer seus feitos e conquistas. E, por menores ou maiores que sejam aos meus olhos, eu estimulo e aconselho em seus planos...

O ambiente às vezes nos contamina,mas em nossa essência somos bons(apesar de humanos). 

E, sempre é tempo de mudar nossas atitudes e rever nossos conceitos. 

 Ps: Eu mandei uma mensagem pro meu primo que mora em outro país (Suíça)elogiando ele, por através de seu esforço (e dos pais) ter se formado e hoje trabalhar em uma multinacional. Que era um feito incrível para um garoto que morava no subúrbio do Rio. E, que eu o admirava muito por isso. 

Ele me agradeceu efusivamente e disse que também me admirava muito. Quando a “conversa” acabou, eu me toquei que eu também fui um garoto do subúrbio do Rio de Janeiro. Me sobrou um sorriso nos lábios, um calor no peito e os olhos marejados.

  (Allan Marinho)