Bizarrices dos tempos atuais ou o Brasil que não queremos

 

Toda semana, quando sento para escrever no Quintessência, eu me prometo não falar sobre política. Na maioria das vezes, eu falho miseravelmente. É tanta coisa acontecendo, de maneira tão bizarra, que não consigo fechar os olhos. 

Ontem, conversando com uma amiga querida, pontuamos alguns dos acontecimentos mais loucos dos últimos tempos. O aumento do radicalismo político em nome do "conservadorismo", foi um dos pontos mais preocupantes. No ano passado, eu fui convidada para organizar a parte de imprensa de um evento Conservado internacional que chegava ao Brasil pelas mãos do deputado federal Eduardo Bolsonaro - o filho 03 do presidente da república.

Era um evento para 1800 pessoas. Nos EUA, o evento é pago. As pessoas compram os ingressos e com esse dinheiro pagam-se os palestrantes e custos de organização. O evento que aconteceu em São Paulo, não cobrou ingressos. Os participantes e a imprensa, se quisessem participar, tinham que fazer um cadastro e aguardar a confirmação dos organizadores. O mais bizarro é que a organização vetava pessoas pelos seus perfis nas redes sociais. Se não fosse da patota radical e bolsonarista, estava fora. A maioria dos participantes era de militantes de direita. A organização pagou ônibus e hotel para encher o evento de puxa-sacos. Tentaram vetar a imprensa também, mas não permiti. Isso seria o fim! O ápice da falta de democracia. Bem, quem pagou a conta - altíssima - foi a fundação Indigo. Do PSL... dinheiro dos nossos impostos. 

O evento - CPAC, foi "um sucesso". A organização técnica e visual fez um trabalho lindo, mas os participantes e palestrantes eram uma patota radical e bolsonarista que aplaudiu de pé a ministra Damares quando ela citou que no "nosso evento" não tinha mulher enfiando crucifixo na vagina. E tantas outras loucuras...

Mas por que falo tudo isso? Porque o mesmo deputado federal, em vez de trabalhar pelo país dele e por SP, que o elegeu, passa o tempo sendo youtuber, fazendo entrevistas e postando fotos no Instagram. Inclusive uma fotografia da sua mulher parindo. Eu, como mulher, não permitiria jamais ser fotografada ou filmada parindo. nem os pais dos meus filhos tiveram permissão de assistir a cena. Não. Não é bonito e não é mágico. parem com essa fantasia.

Bem, o tal Eduardo Bolsonaro, entre todas as loucuras e escrotidões que fala, esteve nos EUA essa semana. Mas espera! Os estados unidos estão em pleno aumento de casos de covid. Aí, o deputado viaja - com que dinheiro de passagens eu ainda não levantei - e fica postando foto de jantares e negociações para o próximo CPAC. Mas o pior: a live feita dentro de uma importadora e exportadora de armas de fogo. Ele é um grande lobista da indústria armamentista. quer porque quer que o Brasil - um país violentíssimo - libere a venda de armas. Mas nunca o ouvi debater a livre aquisição de armas pelos bandidos, traficantes brasileiros. não combate as armas ilegais, mas com a desculpa da autodefesa, quer facilitar o acesso das pessoas às armas de fogo! um verdadeiro absurdo, pois nós votamos em plebiscito pelo desarmamento!

Eu espero que esse radicalismo-talibã dos Bolsonaristas não se reflita nas duas próximas eleições. Basta dessa gente que tem como profissão ser político e usa o cargo para benefício próprio. E a família Bolsonaro está mostrando muito bem isso. Flavio, envolvido com milícias, Eduardo, lucrando com o lobby das armas, Carlos - o dono do gabinete do ódio é vereador no Rio de Janeiro, mas não sai de Brasília. Por fim, o presidente, que só entra em polêmicas sem necessidade, não gerencia o brasil direito, gasta fortunas em cartão corporativo e só indica os amigos para cargos estratégicos.

Que fase! Espero que ela acabe logo e que o Conservadorismo seja praticado de forma mais sensata e liberal, e não da forma intolerante e cheio de ódio como prega parte desse governo e seus asseclas.