Vamos falar sobre Adeus?


Eu não gosto de me despedir. 

Não. 

Eu não gosto mesmo!

Sou capaz de sair de qualquer lugar “à francesa” para não precisar dizer tchau.


Entrar e sair bem, é coisa para os fortes, hipócritas ou políticos.

Admiro aqueles que sabem ir e vir sem se importar com os outros.


Eu tenho sorriso aberto, franco e frouxo. Embora as pessoas digam que muita franqueza é ruim - e eu já senti na pele essa emoção, acredito que sinceridade e originalidade são as melhores qualidades.

Tenho também, um tanto de autenticidade que me ajuda a não ser falsa. Abre portas? Não. Só fecha. 

 

Ainda bem!


Todas as pessoas que eu gosto, sabem que eu realmente gosto delas. Mas, aquelas que não me despertam amizade e empatia, estão cientes do meu desgosto.


Eu não faço amizade com quem eu sei que pode me dizer Adeus logo.  Mesmo assim, foram muitos “Adeuses” inesperados.


Não gosto de me despedir de colegas de trabalho, nem de pessoas que eu amo. Por isso, muitas vezes, eu prefiro decepcioná-las a ter de dar tchau!

Vamos falar de Adeus?

Mas o que seria A Deus?

Me despeço te deixando sob a vontade d’Ele?


Eu sei que o Adeus é um substantivo que denota distanciamento físico. 

Contudo, para mim, o Adeus é uma palavra/ação sem volta. Um verbo perpétuo. E, por mais que você tente se enganar, ele diz o que diz. 

Adeus é: vai com Ele, pronto e acabou.


Para mim, o Adeus é como uma porta cuja a chave foi jogada fora.


Não, não sou boa em dizer adeus. Aliás, sou péssima. Prefiro acreditar no “até logo”.


Confesso que sou ótima em fazer as pessoas me dizerem Adeus. Me aperfeiçoei nisso. 

E ser deixado, afirmo, é muito mais fácil que deixar.


Entendo a velha frase incompreendida: - o problema sou eu, não você.


As pessoas que têm dificuldade em dizer adeus, vão lutar para que as outras se despeçam. 

Mas eu, no fim das contas, aprendi a magoar para ir embora sem precisar me despedir. 

Ferir os outros é a forma covarde de ir embora sem se explicar.


Mas e a morte?

Suicidas são pessoas que não sabem dizer Adeus.


Por isso, entenda, é mais fácil ser deixado, que deixar.


Adeus é palavra amarga, difícil, azeda, podre e sem explicação. 


Não é fácil dizer adeus. É muito fácil perguntar por que alguém nos disse tchau. 

Mas Não façam essa pergunta!!!


Apenas entendam que o Adeus foi necessário. Mesmo quando não entendemos a razão dele...

Comentários

  1. Não gosto desta palavra, mas ela existe... inclusive para morte, que eu não uso, prefiro acreditar que é um até breve...

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  2. Amei o seu texto. Prefiro ser o primeiro a chegar pra não ter que cumprimentar todos que me antecederam. E sempre saio discretamente!
    Quanto ao adeus mais definitivo, ele sempre dói. Então, entendo sua necessidade de evitar que essa palavra/ato parta de você.

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  3. Taís, seu texto faz muito sentido. E o que penso sobre a questão é que "Adeuses" são necessários para que a vida continue em movimento progressivo. Muitas vezes nos apegamos a coisas e/ou pessoas, acreditando que o que temos a viver já foi conhecido e está ao nosso alcance imediato. No entanto, e eu consigo entender esse mecanismo hoje depois de muitas rupturas, somente quando rompemos com velhos comportamentos, bem como com expectativas e crenças vetustas, é que conseguimos nos compreender como seres presentes e que a vida segue sendo um oceano desconhecido, pronto a ser desbravado. Que o novo venha e que a vida se ilumine a cada nova légua a ser navegada.

    (Absolem)

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  4. A verdade doi . Eis o motivo pelo qual evito os "Adeuses". Seu texto espressa com palavras (perdoem o pleonasmo) , o que eu nao consegui tirar do peito . Excelente !

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  5. É a terceira vez que tento comentar aqui....
    Resumindo.... Não gosto do adeus TB, acredito que o adeus nunca exista, pelo menos nosso coração não deixa.... Vou reler seu texto, tem tanto a extrair dele.... ❤️
    Beijo, amiga querida

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  6. É. Pela segunda vez você me deixa sem ter o que falar sobre o que disse. A primeira foi um poema inacreditável de tão punjente. Aliás, uma sequência deles. A segunda é agora. Não sei que mania é essa de me deixar de boca aberta, com cara de bobo, sem ter o que fazer a não ser refletir. Você é brilhante até na mesa da cozinha, mas não é justo isso, minha cara amiga. Obrigado por mais esse presente (de grego). Rs

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