Quando eu era criança

 

Ao meu irmão, Luis (Beto):

QUANDO EU ERA CRIANÇA.

Quando eu era criança, eu queria ser um super-herói, imaginava que poderia fazer o bem e ajudar pessoas com minha capa, superpoderes, teias e cinto de utilidades... O máximo que consegui foi inventar um spray de pimenta e vinagre que eu jogava nos olhos dos moleques maiores, para depois bater neles com um porrete escondido, mas quando errava... entrava na porrada.
Invariavelmente, você vinha em meu socorro e botava pra correr ou batia nos moleques maiores, mesmo quando eu era o provocador da briga.
Depois ao crescer, percebendo seu jeito conciliador e prestativo comecei a me espelhar em você como um exemplo de irmão mais velho, um exemplo de homem.
Um homem bom, que sempre corria em socorro de quem precisava, que era um trabalhador dedicado e persistente. Que nunca desistia de seus objetivos e sonhos. Que era um pai de família maravilhoso e um esposo fiel.
Aprendi o valor do perdão e o quanto ele era benéfico para quem perdoava.
Descobri que muitos iriam te criticar por ajudar outras pessoas (estranhos,inclusive) e deixar algumas vezes a si próprio em segundo plano. Que muitos iriam se aproveitar de sua bondade e outros tantos iriam te chamar ou tirar pra otário...
Mas, também aprendi que não importava o que os outros pensariam, que eu deveria fazer a minha parte, praticar o bem e pronto.
Inúmeras vezes recorri aos seus conselhos e pedi sua ajuda. E, você sempre estava ali, nunca me negou ajuda ou uma palavra de conforto. Desde quando éramos duas crianças...
Obrigado, por ser a imagem que quero enxergar no espelho em alguns anos. Obrigado por tornar melhor o meu mundo e o das pessoas ao seu redor.
E, que eu possa um dia chegar perto de possuir a sua bondade, hombridade e caráter.
Eu te amo.
Que nosso bom Deus ilumine você e seu caminho. 
Quando eu era criança eu queria ser o Batman. Hoje, adulto que sou, eu quero ser você.