Mea culpa.

 

É minha culpa se aquela tiazinha dócil ou se aquele vovô querido, que sempre foram exemplos de amor e fraternidade, se libertaram das suas máscaras e agora destilam ódio e preconceito em redes sociais.

Mea culpa se o Pantanal queima, se a Amazônia é desmatada e recursos naturais são destruídos com a complacência e incentivo do governo federal.

A culpa é minha por hoje em dia parte do povo relativizar a corrupção, bradando tosquices como “- O que são 98 mil reais, o PT roubou bilhões “! E, eu sou culpado, se os filhos e família do atual presidente estão envolvidos em esquemas, assim como os entes dos seus predecessores.

Mea culpa por termos um presidente que desdenhou de uma pandemia que ceifou e ceifa milhares de vidas, quando poderia com cuidado ter se transformado em um exemplo de chefe de estado na condução da pandemia, sem deixar de cuidar da economia.

Eu sou o culpado por uma Ministra ser contra o aborto para salvar a vida de uma menina de 10 anos, que foi estuprada e sugerir uma cesariana que coloca a vida dessa inocente em risco. Sinto culpa por outro Ministro sugerir que se aproveite o pânico da Covid-19 para passar leis que prejudicam o meio ambiente.

Devo ser considerado culpado pelo aumento da intolerância racial, religiosa e homofobia. 

Mea culpa pelo aumento do discurso de ódio e do ódio em si. E, pelo povo que odeia se sentir à vontade praticando isso.

Eu poderia dizer que não sou culpado, pois eu era e sou apenas mais um dos milhões de brasileiros cansados da corrupção esquerdista, da roubalheira estatal do Lula, PT e sua quadrilha de bandidos.

Mas, eu estaria mentindo para todos e para mim mesmo. Eu sou culpado! Sou culpado por não ter estudado o candidato, por não ter me informado sobre ele e sua família. Sobre seu passado. Suas ligações...

Mea culpa por cego de esperança, ter me recusado a ver o que estava diante de meus olhos e ao alcance dos meus dedos.

Eu sou culpado por querer mudar um país, da mesma forma que errei ao votar no Lula em 2002, pensando que ele iria salvar o Brasil e errei ao votar no Aécio (para salvar o Brasil do PT), que se mostrou outro corrupto.
Poderia dizer que tenho o “dedo podre” pra políticos ou argumentar que a culpa não é minha, e sim dos candidatos.
Mas, seria apenas um auto sofisma para me sentir melhor diante dos meus erros.
Eu sou culpado. Disso, eu sei. O lado bom é que pelo menos admito minha falha. 

Mea culpa, Mea culpa, Mea maxima culpa.

(Allan Marinho)