E não é assim?

 

Sempre fui uma pessoa que acreditou em cultivar. se você quer que algo cresça, cultive. Desde criança, fazia questão de não esquecer ou demostrar carinho, por quem realmente sentia. Ligava, perguntava, não esquecia datas de aniversário, quando passava muito tempo, me fazia presente de alguma forma.

Eu acredito que, se você gosta de alguém ou de alguém tem importância para você, demonstre.

Não tenho problema em dizer à amigos que senti saudades ou que me faz falta.

A recíproca nem sempre é verdadeira ou na mesma intensidade. Já me decepcionei muito com isso também.

A verdade, é que a vida vai nos mostrando quem é de verdade.

Não preciso dizer que hoje em dia demonstro mas com cautela, digo bem menos, observo muito mais. Aliás, observar é o canal. Consigo perceber de cara quando alguém não está nos seus melhores dias, isso se chama sensibilidade, né? 

Pois então, não sei se isso é bom, mas assim que é.

Numa das empresas que trabalhei, tinha um colega, o Eduardo, que acordava de mau humor e não vê sentido em nada antes das 10h da manhã - igual o Allan que não vê sentido nenhum em trabalhar...

Chegava, não dava bom dia, ficava na dele. Um dia, na brincadeira, comentei e zoei com ele sobre isso. Aos poucos o vi mudando, dizendo um bom dia baixinho, com um sorrisinho meio de acanhado, até que uma vez, ele me diz: poxa, você me fez mudar um pouquinho, até bom dia eu falo, logo pela manhã!

Ali percebi, o quanto podemos mudar a vida de alguém e alguém mudar a nossa, não é assim?

 O bom da vida é que nada fica na mesmice. Amigos novos chegam e com eles, uma nova descoberta em levar a vida, em reciclar, nos conhecer, nos encantar, nos envolver.

Hoje eu desapego do que realmente não é necessário mas aquilo que é de verdade, eu agarro e, agarro com força.