Sobre tempos difíceis, desilusão e outras reflexões


Há algum tempo, uma amiga me disse: - Taís, escreva sobre a Pandemia!
De lá para cá tenho pensado em como abordar o tema e percebi que não sei o que falar.

Tenho diferentes sensações a respeito e, confesso, nem todas são pessimistas. 
Pelo lado positivo vejo, com bons olhos, o fato de as pessoas estarem aprendendo a conviver umas com as outras. É certo que, em razão da convivência aumentada, violências físicas e psicológicas também aumentaram. 

Maridos e esposas começaram a perceber que seus amores não eram tão sólidos quanto imaginavam. O número de divórcios aumentou. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, 1 em cada 3 casamentos se desfez com a convivência próxima e obrigatória.
Por outro lado, muitas famílias se descobriram. Pais que tinham tempo escasso para conviver com os filhos, têm oportunidade de presenciar o cotidiano e o desenvolvimento deles.

Essa pandemia e confinamento em função do coronavírus, está fazendo as pessoas se descobrirem. Se reinventarem. E isso é, na minha opinião, um fator positivo. Muitos que estavam em uma posição de conforto e marasmo, se viram obrigados a sacudir a poeira, dançar uma nova música e viver uma nova vida.

O mundo, literalmente, precisou encontrar um novo ritmo, nova forma, novo modus operandi. As condições das pessoas mais pobres piorou? Sim, não vamos fechar os olhos para isso. Nem para o desemprego e falências. Não fechemos os olhos para as mais de 90 mil vidas que foram ceifadas pela Covid 19. Pensemos naqueles que tiveram suas existências afetadas por esse maldito vírus.
Mas pensemos nas outras pessoas que perdem os seus entes queridos para a violência e outras doenças. Portanto, essa pandemia nos traz lições todos os dias. Só é preciso parar e escutar a voz do coração, que é sábia, mas que nossa racionalidade tende a não escutar.

Para terminar, quero dizer que no espectro político, o Brasil se mostrou o mais horrendo. Ah, mas ele já era horrendo, dirão alguns. Mas diante desse cenário de caos, desemprego, mortes e sequelas, o poder legislativo - (o judiciário nem se fala) -, mostrou as suas terríveis garras da mesquinhez. Com apetite vulturino, parlamentares elaboraram e aprovaram projetos populistas e também que beneficiavam a si próprios.
Evitaram cortar seus milionários gastos e nem cogitaram transferir o fundo eleitoral para os necessitados ou para o combate ao coronavírus.
Governadores e secretários de saúde foram flagrados em compras superfaturadas e escondendo dinheiro destinado à crise, em casa. 
Ou seja, não vale nem a pena gastar a paciência do ilustre leitor com essas dissertações, sendo que está claro que o brasileiro ainda não aprendeu a escolher seus representantes. e estes, não se importam com o povo.

Espero que essa pandemia acabe logo e que saiamos melhores e mais fortes. 
Se o mundo está doente, cabe a nós, um por um, ajudar na sua cura.

Enquanto tudo isso não passa, desejo que você se cuide, cuide dos seus, desenvolva seu lado mais empático e amoroso, pois apenas assim, conseguiremos construir um "novo"/velho mundo melhor.

Taís Morais

Comentários

  1. Belo texto. Eu realmente aprendi muito com essa pandemia e procuro ver o lado positivo de tudo. A natureza por exemplo, em alguns lugares tiveram um alívio. Sobre nossa política, bom isso começou a ficar nojento desde 2002. Não que era uma maravilha, mas a palavra nojo cabe bem depois disso. No mais é cuidar de quem a gente ama e de nós mesmos...

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    1. espero que o novo velho mundo se torne mais saudável....

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  2. Amei seu texto e concordo com tudo o que você escreveu !

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  3. Bom texto, Taís, com considerações extremamente pertinentes e válidas. Faço somente uma ressalva: vc mencionou a nossa casta política, citando nominalmente o Legislativo, o Judiciário, os Governadores e secretários de saúde. Só faltou citar o descalabro do (des)Governo Federal, que talvez deveria ter assumido o papel do grande timoneiro deste navio chamado Brasil.

    (Absolem)

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    1. Verdade, mas essa aberracao merece um post só pra ela! Beijo

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  4. Adorei Taís. A falta de amor de nossos políticos é gritante. Mas todos pagarão por este mal ao longo da eternidade de diversas reincarnacoes. O grande Deus nos permite plantarmos o que quizermos mas a colheita é obrigatoria

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