A falta que o exemplo faz

Sempre que ouço essa frase, recordo-me da minha mãe dizendo: - O exemplo arrasta. Não lembro mais o resto do ditado, entre tantos que ela citava, mas aprendi que o exemplo nem sempre arrasta, mas que faz diferença, faz!

Aprendi muitas coisas por mim mesma. Outras descobri quebrando a cara, mas muitas, muitas lutas e decepções que passei, foi por teimosia. Por não ouvir os conselhos que as pessoas mais experientes me davam de forma gratuita e amorosa. 

O mundo não é ruim. As pessoas é que são más e mal intencionadas. Nos faltam bons exemplos, bons líderes e bons humanos.

Na política brasileira sobram maus exemplos. E o presidente Jair Bolsonaro é um dos piores. Em meio a esta loucura de pandemia, onde não se sabe bem ao certo como agir e reagir. Em meio a tanta dor, mortes e incertezas, o "líder supremo", como ele mesmo gosta de dizer: - eleito por mais de 57 milhões de pessoas, dá um espetáculo de desumanidade, de egoísmo, de fraqueza e de boçalidade. 

O homem, cuja esposa, amigos e ministros contraíram a Covid-19, desde que foi eleito governa pelas redes sociais e conversa com a sua bolha. Destila veneno e ataca televisões, outros poderes e jornalistas de oposição, sem piedade. Seus filhos, Eduardo e Carlos, ambos com dois milhões de seguidores no Twitter, seguem a mesma linha. Alimentam o ciclo de ódio e desavenças sem a menor cerimônia. Homens públicos deveriam usar as redes sociais com parcimônia, ainda mais em um país de povo violento. De povo que não pensa duas vezes antes de atacar o próximo, na vida real e na virtual.

Essa semana o Brasil ultrapassou a triste marca das cem mil mortes causadas por coronavírus. Eu sei que há as milhares de mortes por outras causas, mas esse vírus está ceifando vidas, afetando as famílias, os empregos e a liberdade de ir e vir. E o que o presidente do Brasil faz? Incita a abertura completa das cidades, visita feiras, padarias e manifestações. Aparece nas ruas sem máscara e coloca em rede nacional o seu descuido e descaso, afinal, como eu disse antes, o exemplo arrasta...

Outra das ações do chefe do executivo, que pode trazer muitas consequências maléficas, é a incitação ao uso de medicamentos sem indicação médica e sem conclusões dos estudos científicos que comprovem a eficácia no tratamento. O mundo assiste boquiaberto o presidente brasileiro aparecendo nos jardins do seu palácio com uma caixa de remédio nas mãos como se fosse um troféu. Um triste exemplo de presidente despreparado e desequilibrado.

Espero que ele faça terapia e que conserte seu modo de presidir a nossa nação enquanto é tempo. Em seu Twitter, essa semana, ele escreveu o seguinte:  - Estão com saudades daqueles governantes que sempre os colocavam como prioridade ao fazer o Orçamento da União, mesmo sugando recursos da saúde e educação.

- DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA.

Eu pergunto: Isso é um presidente que trabalha pelo seu país? Que respeita o seu povo e seus eleitores? É um exemplo a ser seguindo??? Na minha opinião, tanto na vida pessoal quanto na vida nação, os bons exemplos fazem muita falta.