Lendo meus escritos de quase 20 anos atrás, me percebo com a mesma essência de escrita e pensamento, claro, que alguns pensamentos mudaram, mas minha essência continua a mesma, essa não conseguimos mudar, não é mesmo?
Deixo aqui para dividir com quem não me acompanhava na época, um texto de Outubro de 2004, no original.
Acho que algumas coisas não mudam, que bom!
Diz minha mãe que quando nasci - com 7 meses, sim eu sempre fui apressadinha - eu era pernas e braços e um corpinho mirrado, ela sonhou por um momento que eu fosse alta, mas não sei onde foram parar as pernas e os braços, porque continuo pequena. Mas ela não me contou algo que desconfio, devo ter nascido sorrindo, sempre tive essa impressão e quando olhei para a cara o médico, devo ter mandado beijo, como forma de agradecimento, isso deve estar arquivado em alguma célula do meu cérebro. É, porque como diz o Beto, a gente vive trapaceando a felicidade e às vezes eu me perguntei, por quê? Oras, ela vive nos trapaceando, chega de mansinho, nos engana de levinho e pimba, de repente, sai correndo, pra eu sei lá onde...
Sim, muitas vezes ela está ali, bem ao nosso lado e nós, olhando para o outro procurando algo infinito e claro, impossível. Ela nos cutuca, nos aperta e nós, nem estamos aí, até que ela "cataplum", nos pega de jeito e aí ficamos com aquela cara de interrogação nos perguntando se é verdade que ela está bem ali, prontinha para aterrisar em nossa vida. Nós a olhamos desconfiada dizendo que é impossível isto estar acontecendo, é tudo muito bom para ser verdade, afinal, o que fizemos para merecer? E ela com a cara mais deslavada do mundo, nos olha no fundo dos olhos como se dissesse: E aí, você não ficou me procurando todo esse tempo? Então menina, to aqui, agora chegou a sua vez.
Pronto, é o motivo pra um tal desespero e achar que logo ela saíra correndo novamente em busca sei lá eu o que.
Eu queria saber porque sorri naquele dia que vim ao mundo, mesmo o sorriso vindo em lágrimas, eu sorria por dentro, por estar me aprontando para a vida, por estar tendo essa descoberta. Eu queria saber porque choro agora de alegria, choro de emoção, buscando alcançar coisas novas dessa vida. Deve ser porque cansei de trapacear a felicidade e ela não quer mais fugir... Deve ser por isso que sorri quando nasci e sorrio hoje, quando a vida começou a existir.
Ótima sexta por aí!
Comentários
Postar um comentário
Deixe aqui a sua essência