Viver a vida intensamente e ser feliz, este é talvez o mantra maior das pessoas e a busca da felicidade é uma coisa pessoal, afinal é diferente o conceito de realização, de sucesso, de alegria, de riqueza. Isso vem muito da criação, dos valores e das vivências pessoais, da cultura, do momento e da humanidade. Então uma série de fatores podem alienar ou proporcionar esta busca incessante que temos de ser feliz e ajudar a resolver alguns dilemas seculares da sociedade. Felicidade é simplicidade? É riqueza? É Conforto? É saúde? Cada um de nós tem o seu conceito próprio e a sua busca, talvez seja não só o que nos impulsiona, mas também o que nos faz diferente e atrativo perante uns aos outros.
Porém
uma das coisas que mais ouvimos ultimamente é: O mundo está chato. Mas porque
isso acontece? Temos vivido num mundo com mais conforto, expectativa de vida, saúde,
alta tecnologia, paz, liberdade, tudo isso comparando ao longo da história e
assim mesmo parece que estamos sempre tristes, e reclamando. O que está acontecendo?
Será esta uma sociedade carente e infeliz, que não consegue se contentar com tudo
o que possui a sua volta? Ou será uma sociedade vazia, sem ambições coletivas
(porque as ambições pessoais, são cada vez mais ainda afloradas, numa disputa
individual, talvez seja esta uma das resposta, um menor comprometimento com as
pessoas a sua volta, uma menor solidariedade.
Tudo
que fazemos na vida é fruto de uma comparação, maior ou menor, tristeza ou
alegria, longe ou perto, gordo ou magro e em cima destas comparações são
determinadas as preferencias, as atitudes e ações que ditamos como corretas ou
não. Uma das marcas que rotulamos deste mundo chato é o politicamente correto,
que não deixa de ser expressões,
políticas ou ações que evitam ofender, excluir e/ou marginalizar grupos de
pessoas que são vistos como desfavorecidos ou discriminados, especialmente
grupos definidos por gênero, orientação sexual ou cor. Mas que
antagonismo! Isso é bacana, é o que deveria ser ao natural, mas porque então se
aflorou uma disputa acirrada, uma polarização extremista até diante de uma fato
normal, por que se cutuca um ao outro ostensivamente?
Não posso mais chamar meu amigo de infância de negão e ele me chamar de alemão, pois posso ir responder judicialmente, e os radicais vão me crucificar que estou sendo perversamente com toda os antepassados deste meu amigo, mas conheci até os avos dele. Não interessa! O Negão deve passar para outra alcunha.... Ou estamos naquele momento onde a sociedade dá um passo para trás, para poder dar dois passos para frente? Estamos evoluindo como sociedade desta maneira? Faz parte este confronto ideológico? Ou haverá uma proposta de anistia para todos? Lembrando que Anistia é o esquecimento total de qualquer ação passada, não é perdão, mas sim perder qualquer lembrança do fato. Seria correto também se escrever sobre tudo, mesmo sem conhecimento, pois deve prevalecer a liberdade de expressão ou devo respeitar o outro? Onde fica o limite?
Onde
foi parar nossa lucidez? Afinal bom senso cada um tem o seu, se respeita, mas geralmente
se é intransigente com qualquer outra ideia contrário a sua. E ainda somos
muito visual neste mundo virtual, o que acentua a falta de sentimento mutuo
entre aqueles que não estão no nosso círculo de proximidades. Estamos num mundo
inclusivo extremamente exclusivo, e estes paradoxos é que movem toda uma
sociedade. O que é ético ontem, com a tecnologia se perdeu algumas referências permitindo
alguns arrombo de absurdos, algumas novas posturas que anteriormente eram proibidas.
Talvez seja tão corrido o mundo que está difícil acompanhar e se parar por
alguns instantes ainda se perde o trem da evolução;
Numa outra reflexão que faço, talvez esta quantidade de conforto e proteção tenha transformado numa geração sem graça, sem o brilho da curiosidade, afinal tudo se sabe no seu Google e tudo é instantâneo, não há tempo para nada... até já foi inventado o Slow food, como uma nova tendência alimentar, para que as pessoas se possibilitem degustar uma bela refeição com calma, acredito que muitos movimentos retornarão na contramão deste avanço tecnológico como forma te atender a uma expectativa vazia. Acredito que este rotulo se deve a falta de vibração, pois é uma geração que tem absolutamente acesso a tudo, não sabe comemorar, vibrar (ou talvez a comemoração seja muito diferente do conceito que tenho...), estas comparações com nossas vivencias de infância e adolescência talvez tenha criado toda uma armadura em nós e ai vem a pergunta, onde erramos na criação desta geração, afinal ela é fruto de nossa geração, que permitiu e moldou ela desta maneira e hoje estamos decepcionados com esta geração mi-mi-mi. Então cabe a nós também mostrar e deixar o mundo menos chato, mais alegre, mais humano e sentimental.
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