Igualdade não significa justiça

  

Poucas coisas dividem tanto uma população, como torcer pelo seu time de coração, a sua concepção política, e as suas ideologias religiosas, por isso que ensinamos na academia, converse com os clientes sobre tudo, menos sobre futebol, política e religião, onde não se deve mencionar estes três itens, pois geram discutições, polemicas e discórdias. Mas há um item que poderia se encaixar neste quesito de dificuldade de ponderações, de sensibilidade e desaconselhável um debate, se as pessoas não estiverem muito bem preparadas e com conhecimentos: As cotas.

As cotas seriam uma política pública que visa garantir o acesso de alguns grupos a oportunidades nas quais eles estão desfavorecidos por uma série de fatores, como raça, gênero ou deficiência física. A princípio acredito que todos seriam favoráveis, para haver um equilíbrio social, econômico e ambiental, como uma forma de sustentabilidade de uma sociedade. Mas ai começa as radicais desavenças, como cita a atriz Carol Castro “A cota pode separar mais do que unir”. Fui pesquisas e fiquei pasmo, ao analisa a Lei nº 12.711/2012, que é a Lei das cotas se divide em seis para a entrada nas universidades (L1-, l2-, L3-, l4-, l5, L6), que são regras que intercalam, como as variáveis de renda inferior a 1,5 salários mínimos, Autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, deficientes físicos ou até aqueles independente da renda, mas todos com a obrigação de terem estudados o ensino médio em escola pública. Para cada alinhamento o percentual varia para o sistema de Cotas. Assim também existem as definições para os concursos públicos

Isso é justo? Esta é a grande controvérsia, para muitos não! Para outros deveria as universidades públicas serem apenas para cotistas. Isso me preocupa, porque? Hoje temos as Universidades públicas, como USP, UFRGS, UnB e todas as outras federais como referências de ensino. Onde o professor é mais valorizado, existem bolsas, as pesquisas são incentivadas e realizadas (talvez esta seja a grande diferença para as instituições privadas). Nestas universidades públicas até antes da Lei das Cotas eram muito disputados por jovens oriundos do ensino médio de escolas privadas, raramente oportunizando a entrada de estudantes de escolas públicas nos cursos mais desejados e disputados.

E ai cabe um perguntinha capciosa .... E se somente os jovens advindos dos sistemas de cotas cursarem as universidades públicas, seriam elas tão conceituadas? E haveria investimento público e privado? Esta é uma grande dúvida que tenho, ou ficariam sucateadas como hoje verificamos as escolas de ensino básico e médio? E outra questão que faço é. Porque não inicia a equivalência do ensino já nas series iniciais, pois grandes estudos demonstram que as séries iniciais são as mais importantes na formação de um estudante, se a base é frágil, não adianta depois tentar ‘soldar’ colocando este estudante em universidade públicas e de ótimo ensino. Ele terá todas as dificuldades de entendimento, pois sua base é frágil.

Outra curiosidade que apresento sempre é que em concursos públicos em Israel, eles possuem uma cota de 5% para palestinos como forma de oportunidade melhorias para este povo como forma de inclusão social. Vejo em nossas empresas nacionais que muitas das cotas não são preenchidas e algumas empresas até preferem pagar multas a colocarem um deficiente físico a trabalhar ou outras não respeitam minimamente a inclusão social, ‘jogando’ um deficiente com síndrome de Down para ser ascensorista, como desculpa que não há local de trabalho, mas está colocando ele somente para atingir a lei das Cotas, como verifiquei em uma instituição de ensino. Ainda temos muito que crescer como ser humano e como sociedade.

Acredito que as cotas são necessárias, mas regras devem ser mais estabelecidas, e cumpridas ou serem penalizadas, como, por exemplo, cada partido tem obrigatoriamente que colocar um número mínimo (35%) de mulheres para concorrer numa eleição. Porem na eleição passada todos os partidos não cumpriram as regras, mas foram beneficiados com a isenção da multa. Não há respeito as regas, este é talvez o maior gargalo da sociedade.




Comentários