Absolem se despede...
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THE SOUND OF MUSIC (1965) |
Aos meus caros companheiros de
QUINTESSÊNCIA,
Adeus.
Começo esta carta com esta palavra
que já se fez presente ontem, no texto de Taís Morais. Estou dizendo
"Adeus".
Antes de explicar os motivos de
minha súbita decisão de lhes deixar e abandonar as quartas-feiras neste espaço,
gostaria de agradecer imensamente pela oportunidade de expor aqui alguns dos
meus delírios, alguns dos meus tormentos e algumas das minhas angústias. Este
convite fez com que eu fizesse as pazes com o ato de escrever, que por muito
tempo permanecera adormecido. E este agradecimento vai especialmente para Taís
Morais, que sempre acreditou na minha capacidade com as palavras. Obrigado,
Taís. O seu convite foi o pontapé que me lançou de volta para esta que sempre
foi a minha forma de expressão artística mais visceral e intensa. Além de me
aventurar com as palavras, também sou ator e encenador. O teatro é uma arte
incrível que permitiu que eu explorasse muitas facetas e descobrisse muitas
coisas a meu próprio respeito. Mas certamente, se comparado ao ato de escrever,
no que tange aos meus processos de autoconhecimento, o teatro nunca conseguiu
exercer um poder tão avassalador. Já venho trabalhando a minha desconstrução/reconstrução
há algum tempo, e ter voltado a escrever acelerou ainda mais esse processo de
reconstrução deste novo Eu. E por esta efervescência intelectual também lhe
agradeço, Taís. Aos demais companheiros, agradeço pelo acolhimento, pelo
respeito, pelas palavras de incentivo, pelas leituras complacentes, enfim, por
todo o carinho dispensado com este camarada sobre quem vocês simplesmente nunca
haviam sequer ouvido falar.
Após a rasgação de seda mais que
legítima, passo a explicar os motivos de minha partida. O principal reside no
fato de escolher uma "carreira solo". Estou abrindo um site próprio
onde quero não só publicar as colunas que já vinha publicando aqui, como também
disponibilizar alguns desses textos em formato de áudio, criar um círculo de
leitores e colaboradores em fóruns de debate acerca dos temas que me são caros,
e, finalmente, inserir-me digitalmente neste mundo em constante transformação.
Após muitos anos como um pária digital praticamente, quero descobrir esse novo
mundo e trabalhar mais profundamente na produção de conteúdo. E quem sabe não
venha o dia em que poderei capitalizar tudo isso, ainda que não seja este meu
objetivo primordial.
Outro motivo, ainda que menos
preponderante, é o fato de me sentir um peixe fora d'água aqui neste grupo. E
mais uma vez citando o texto de ontem da Taís, "o problema sou eu, não
vocês". Sinto trazer à baila diversos assuntos que fogem um pouco das
coisas que têm motivado vocês a escreverem. E agora, relembrando o texto que
publiquei aqui em 05 de agosto e fazendo uma leve alteração no que havia dito,
eu não sei se posso me considerar o "quinto elemento", mas antes um
elemento totalmente diverso dos demais integrantes deste grupo. Talvez por este
motivo, eu venha me sentindo um pouco acanhado em me expor ainda mais. Como
vocês perceberam, eu me exponho, eu preciso me expor cada vez mais profundamente,
me desnudar sempre um pouco mais. Só assim eu sou capaz de atingir os lugares
remotos da minha subjetividade, cobertos do grosso pó do esquecimento, para que
minha jornada evolutiva tenha sentido e seja profícua. Mesmo tendo sido sempre muito bem acolhido por
todos vocês, ainda que em face de nossas diferenças quase estruturais, não
tenho sentido o conforto existencial para construir minhas narrativas de
autoconhecimento. Faz-se necessário que se diga que este meu desconforto se dá
principalmente pelo fato de este espaço não ser só meu. Imaginemos que fôssemos
companheiros de república, que morássemos nós 5 na mesma casa, e só eu perambulasse
pelado todos os dias pelos cômodos e corredores. Acho que preciso me mudar para
a minha própria casa para que eu possa conviver em paz com a minha própria
nudez. Sinto muito... o "problema" sou eu.
Desejo muito sucesso e muitas linhas
e palavras novas a todos vocês e que possamos nos cruzar pelos caminhos da
escrita infinitas vezes ainda. Aos leitores deste espaço, desejo que sorvam
cada milímetro de texto destes seres quintessenciais porque eles têm muito a
dizer. Um beijo cheio de carinho no coração de todos.
BUAAAAAAAA!!!!
ResponderExcluirSentirei saudades, mas entendo e te desejo todo sucesso do mundo !
Felicidades na "nova casa" e mande o nome do luga, pois queremos te ver pelado ! hahah
Muito amor e luz, Brother !
Pode deixar, Allan!!!! Assim que o site novo estiver prontinho, eu mando o endereço!
ExcluirAbraços mil!
(ABSOLEM)
Sucesso. A questão de de exposição faz parte do fortalecimento próprio e da diversidade de idéias. Inclusive respeito mútuo. Mais uma vez sucesso. Abração.
ResponderExcluirQuerido! Vamos sentir falta do elemento que traz assuntos “desconfortáveis”. Você completava a nossa falta de assuntos polêmicos. Não te digo adeus. Digo até breve. Sucesso na sua nova casa!!!
ResponderExcluirPoxa, Bay! Uma pena sua saída! Mas que você alce voôs cada vez maiores! Avisa do site sim, estarei lá para te prestigiar. Um beijo grande e muito,muito sucesso!!!!!
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